Fed e Copom iniciam reuniões, varejo e indústria dos EUA, debate em SP e mais

Confira os assuntos econômicos, corporativos e políticos que devem mexer com os mercados nesta terça-feira (17)

Camille Bocanegra

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O Federal Open Market Comittee (FOMC) do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil dão início, nesta terça-feira (17), às suas respectivas reuniões de dois dias. A expectativa é pelo início de um ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos e de aperto no Brasil.

Hoje, as atenções se voltam para dados de economia dos EUA, que devem dar mais pistas sobre a direção dos cortes de juros na quarta-feira. Por enquanto, as apostas pesam muito mais para um corte de 0,50 p.p. (com 67% de probabilidade, de acordo com a ferramenta CME FedWatch).

Por aqui, o relatório Focus do Banco Central indicou na véspera que a mediana das projeções do mercado para a inflação em 2024 foi de 4,30% para 4,35% e em 2025 passou de 3,92% para 3,95%. Em ambos os casos acima dos 3% da meta perseguida pelo BC, numa indicação de que as expectativas de inflação seguem desancoradas.

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A projeção para a inflação em 2026 no Focus foi de 3,60% para 3,61%.

“Muito difícil o BC colocar esta inflação na meta em 2026”, disse o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comunicado enviado a clientes. “Nem é (colocar a inflação na meta em) 2025”, acrescentou, chamando atenção para o fato de a desancoragem de expectativas persistir para além de 2025.

Entre os fatores que alimentam a pressão inflacionária para os próximos meses estão o crescimento da economia brasileira, que tem surpreendido os analistas, e os eventuais efeitos da seca que atinge o país sobre os preços de alimentos e energia.

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“O Focus mexeu pouco, mas está mostrando que as expectativas vão continuar desancoradas”, pontuou o economista-chefe do banco BMG, Flavio Serrano.

Segundo ele, porém, mais do que os receios com a inflação, a curva a termo brasileira foi impactada nesta segunda-feira pelas preocupações em torno do equilíbrio fiscal brasileiro.

No fim de semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que o governo federal abra crédito extraordinário para atender às demandas causadas pelas queimadas e pelos incêndios da Amazônia e do Pantanal neste ano, sem que os recursos sejam limitados pelo arcabouço fiscal ou sejam computados para fins de cálculo das metas fiscais.

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Mesmo que não haja impactos para fins do cumprimento da meta, as despesas extraordinárias ainda contribuiriam para o crescimento da dívida pública brasileira.

A autorização do STF, em si, foi apenas mais um fator que se somou ao cenário mais geral, de dúvidas sobre se o governo vai de fato conseguir equilibrar receitas e despesas até o fim do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

O que vai mexer com o mercado nesta terça

Agenda

O ministro Fernando Haddad se reunirá, na parte da tarde, com Manuela Schwesig, Presidente do Conselho Federal da Alemanha e, na sequência, com Nelson Barbosa, Diretor de Planejamento e Relações Institucionais (BNDES). Já o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia às 10h o primeiro dia de reunião sobre juros. Enquanto isso, o presidente Lula se reúne com ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, pela manhã. No final da tarde, Lula tem encontro marcado com presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Luís Roberto Barroso, para tratar de medidas contra queimadas.

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Brasil

5h – FIPE: IPC (semanal)

8h – IGP-10
10h – CNI: Sondagem Industrial (set)

EUA
9h30 – Vendas no varejo
10h15 – Produção industrial
11h – Discurso de Logan do Federal Reserve
17h30 – Estoques de Petróleo Bruto Semanal API

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Mercados Internacionais

Os índices futuros de Nova York operam em alta, véspera do primeiro corte da taxa de juros dos EUA em cinco anos, com a atenção voltada para nos números do varejo americano, que serão divulgados hoje.

As vendas no varejo poderão fornecer pistas sobre a saúde da maior economia mundo e, consequentemente, impactar a decisão do Fed de amanhã. A opinião nos mercados está dividida entre as expectativas de que o Fed cortará em 25 ou 50 pontos-base.

Debate em SP

RedeTV! em parceria com o UOL irá promover mais um debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, hoje às 10h20. Para o evento, a emissora resolveu tomar uma medida de precaução após o incidente entre os candidatos José Luiz Datena (PSDB) Pablo Marçal (PRTB) na TV Cultura: parafusar as cadeiras no chão.

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O jornalista do UOL, Kennedy Alencar, confirmou a medida em uma publicação no seu Instagram, ao mostrar as cadeiras parafusadas no chão, nesta segunda-feira (18). Datena e Marçal estão confirmados para o evento, assim como os demais candidatos Guilherme Boulos (PSOL)Ricardo Nunes (MDB)Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Economia

Recuo na economia

A economia brasileira recuou 0,1% na passagem de junho para julho, mas acumula alta de 3,4% no trimestre móvel encerrado em julho ante o mesmo período de 2023.

Os números são do Monitor do Produto Interno Bruto (PIB – mede a atividade econômica do país), elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgado nesta segunda-feira (16), no Rio de Janeiro. O estudo se propõe a ser uma espécie de previsão do PIB.

O levantamento registra, ainda, que o PIB cresceu 5,4% em julho de 2024 na comparação com o mesmo mês de 2023. Em 12 meses, a expansão calculada ficou em 2,7%.

Eventos extraordinários

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda que eventos extraordinários que não se repetem devem ser tratados de “forma segregada” em relação ao arcabouço fiscal, citando como exemplo as queimadas em vários pontos do país.

Em evento promovido pelo jornal Valor Econômico, Haddad disse que os gastos com combate aos incêndios não desviam do foco da regra fiscal e que despesas extraordinárias para mitigar esse tipo de evento, como também as enchentes no Rio Grande do Sul, não violam o espírito do arcabouço.

Política

Lula sanciona com vetos lei da desoneração da folha de pagamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou na segunda, com vetos, a lei que viabiliza a manutenção da desoneração da folha de pagamento de 17 setores intensivos em mão de obra e pequenos municípios, além de estabelecer medidas de compensação para a medida.

O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (16), dentro do prazo estabelecido pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).



Barroso pede seriedade ao Judiciário para combate a queimadas

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, cobrou nesta segunda-feira (16) seriedade do Poder Judiciário no combate às queimadas criminosas no país.

Durante discurso na abertura da reunião do Observatório do Meio Ambiente e de Mudanças Climáticas do CNJ, Barroso disse que recebeu um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que demonstrou preocupação com a impunidade de quem pratica queimadas dolosas.

Lula discute emergência climática com chefes de Poderes

Após passar o dia inteiro analisando o cenário das queimadas no país, ao lado de auxiliares e especialistas, nesta segunda-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu convidar os chefes dos outros Poderes da República para uma reunião emergencial sobre o tema. A informação é do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta.  

“[A reunião é] para que façam um diálogo, a partir desse diagnóstico, dessas informações [sobre as queimadas], e possam pensar de forma conjunta o compartilhamento de responsabilidades, na medida em que existem ações que vão além da responsabilidade do governo federal. A ideia é tratar esse tema não como tema do governo, mas como tema do Estado brasileiro, com a participação de todos os Poderes”, disse o ministro a jornalistas, no Palácio do Planalto.

Corporativo

Vale (VALE3)

A Vale, BHP e Samarco poderão fechar um acordo global de reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana (MG) que envolveria pagamentos totais de R$ 167 bilhões, incluindo dinheiro novo, obras a cargo das mineradoras e pagamentos já realizados, disse na segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)