Datena reitera sua candidatura em nota e diz: “Espero ter lavado a alma de milhões”

Tucano também afirmou que Marçal "precisava ser contido com atos" após a ofensa que lhe fez

Monique Lima

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José Luiz Datena (PSDB), candidato à Prefeitura de São Paulo, divulgou uma nota na manhã desta segunda-feira (16) dizendo que espera ter “lavado a alma de milhões de pessoas” ao agredir o candidato Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira durante debate promovido pela TV Cultura na véspera.

Em nota, o apresentador afirma que não defende e não usa violência para resolver conflitos, mas que as acusações verbalizadas pelo oponente “diante de milhões de pessoas” foram graves e demonstraram a “falta de caráter” do adversário.

Para Datena, Marçal deve ser detido no voto, pois é “uma ameaça à cidade de São Paulo”, mas o apresentador destaca que, a despeito disso, Marçal também “precisava ser contido nos atos”. “Foi o que eu fiz”.

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Apesar de ter dito anteriormente que não se arrependia da agressão, na nota, Datena volta atrás e diz que errou, e que “de alguma forma me arrependo”. Afirma que preferia que o episódio não tivesse acontecido, mas também diz que não faria nada diferente se a situação se repetisse.

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Ao fim do texto, o apresentador reitera sua candidatura à Prefeitura de São Paulo afirmando que seu sonho é fazer “uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam”.

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Mais cedo nesta segunda-feira, o presidente do diretório municipal do PSDB e candidato a vice-prefeito na chapa com Datena, José Aníbal, já tinha comunicado que a candidatura estava mantida e afirmou que o episódio do debate não alterava a campanha tucana.

O que aconteceu no debate?

Na noite de domingo (15), durante o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado pela TV Cultura, Datena e Marçal protagonizaram diversos momentos de provocações e desentendimentos ao longos do blocos, culminando em uma cena de agressão.

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Datena partiu para cima de Marçal e o agrediu com uma cadeira. No mesmo instante, o mediador chamou o intervalo comercial e o debate foi interrompido. Na volta, o apresentador tinha sido expulso e o ex-coach encaminhado ao hospital.

Minutos antes do ataque de Datena, Marçal tinha apelidado o adversário de “Dapena” e o chamou de estuprador usando a gíria “jack”. O ex-coach afirmou que seu adversário responde por um processo de assédio sexual envolvendo uma ex-funcionária da TV Bandeirantes.

Datena respondeu que a acusação foi arquivada e que houve retratação pública pela pessoa que abriu o processo. “Foi um desgaste grande para a minha família. Ser acusado de um crime desses é terrível, ela pagou uma transação pena”, disse o apresentador.

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Logo após o episódio, Datena disse que “perdeu a cabeça” ao se sentir agredido pelo adversário e que teria sido melhor “ter simplesmente saído e ido embora para casa”.

“Me senti agredido, vi a figura da minha sogra [que morreu após a acusação de assédio]. Infelizmente, eu perdi a cabeça. Não devia ter perdido? Acredito que não. Poderia ter simplesmente saído e ido embora para casa, teria sido melhor”, afirmou.

Veja a íntegra da nota de Datena

Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.

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Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.

Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto.

Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.

Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.

As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.

Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.

Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.

Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.

Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.

Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população.

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