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O Ibovespa avançava nesta sexta-feira, beneficiado pelo alívio na curva de juros, com agentes financeiros em clima de expectativa para as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil na próxima semana.
O Federal Reserve é o primeiro a anunciar sua decisão na quarta-feira, às 15h, com o mercado ainda relativamente dividido sobre o tamanho do corte na taxa atualmente entre 5,25% e 5,50%.
De acordo com a ferramenta FedWatch, da CME, os contratos futuros de juros nos EUA embutem uma chance de 53% de um corte de 0,25 ponto percentual e de 47% de uma redução de 0,50 pontos.
No mesmo dia, mas após o fechamento do mercado brasileiro, é a vez do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgar o desfecho da reunião de dois dias sobre a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.
A maior parte das apostas está na alta de 0,25 ponto, com os contratos de DI precificando uma chance de 94% para tal movimento, enquanto embutem uma possibilidade de apenas 6% para um aumento mais forte, de 0,50 pontos.
Mais cedo, dados mostraram contração da economia brasileira no começo do segundo semestre, embora menor do que as previsões no mercado, o que corrobora o cenário de desaceleração da economia na segunda metade do ano.
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O IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do PIB, recuou 0,4% em julho na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado. Economistas previam retração de 0,9%. Em 12 meses, acumula um avanço de 2%.
Na visão do diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, a economia ainda deve se beneficiar de fatores como estímulo fiscal e crescimento da renda disponível, mas o ritmo de expansão deve ser moderado.
Entre os componentes ajudando a mitigar os efeitos benignos na atividade, ele citou condições monetárias domésticas ainda apertadas, níveis ainda altos de endividamento das famílias e maior incerteza política, conforme relatório a clientes.
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Nesse contexto e com o declínio no rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA, a curva futura de juros brasileira mostrava alívio, favorecendo ações de empresas de setores cíclicos, sensíveis a juros, que eram destaque na coluna positiva.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa segue pressionado no suporte em 133.800 pontos e passou por três testes.
“O risco de realizações existe, porém a recuperação nos mercados americanos nos últimos dois pregões acendeu uma luz no fim do túnel sobre uma pausa nesse movimento de realização”, afirmaram no relatório Diário do Grafista nesta sexta-feira.
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DESTAQUES
- COGNA ON (COGN3) avançava, acompanhada de perto pela rival YDUQS ON (YDUQ3) com alta. Na véspera, analistas do Bank America elevaram a recomendação para as ações da Cogna a “neutra”, citando tendências operacionais melhores e espaço de queda limitado para as ações, que ainda acumulam queda de cerca de 60% no acumulado do ano.
- EZTEC ON (EZTC3) subia, favorecida pela queda nas taxas dos DIs, com o índice do setor imobiliário na B3 .IMOB em alta. TRISUL ON (TRIS3), que não faz parte do Ibovespa, subia tendo ainda no radar anúncio de programa de recompra de até 7 milhões de ações ordinárias, que representam 9,9% dos papéis em circulação.
- VALE ON (VALE3) ganhava, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China, que mostraram um desempenho positivo no acumulado da semana. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com queda de 0,29%, mas ganhou 1,76% na semana.
- PETROBRAS PN (PETR4) mostrava acréscimo, apoiada pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent avançava.
- ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) avançava, em dia positivo para o setor. BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) subia, BRADESCO PN (BBDC4) valorizava-se e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) mostrava acréscimo.
- RAÍZEN PN (RAIZ4) subia, tendo como pano de fundo precificação pela subsidiária Raízen Fuels Finance de emissão na véspera de 1 bilhão de dólares em títulos representativos de dívida no mercado internacional (Green Notes) com vencimento em janeiro de 2035 e taxa de juros de 5,70% ao ano.
- GPA ON (PCAR3) ganhava, após desembolsar 101 milhões de reais para comprar debêntures da 1ª série da 18ª emissão da companhia no mercado secundário, com vencimento programado em duas parcelas, a primeira em maio de 2025 e a segunda em maio de 2026. As 100 mil debêntures compradas representam 6,8% das debêntures em circulação desta emissão.
- AMBEV ON (ABEV3) perdia, sendo a única ação do Ibovespa com sinal negativo.
(com Reuters)