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Ibovespa se descola do exterior e fecha em queda de 0,48%; veja destaques

Bolsa brasileira teve queda pressionada por Petrobras e bancos

Reuters

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O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, com as blue chips Petrobras (PETR3;PETR4) e Itaú Unibanco (ITUB4) entre as maiores pressões negativas, enquanto os papéis da Vale (VALE3) ofereceram contrapeso, subindo cerca de 1% na esteira da alta do preço do minério de ferro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,48%, a 134.029,43 pontos, tendo marcado 134.776,87 pontos na máxima e 133.591,04 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$ 16,7 bilhões.

De acordo com o analista Alex Carvalho, CM Capital, o Ibovespa, a correção negativa generalizada dos bancos e a queda das ações de Petrobras descolaram a bolsa paulista do movimento mais positivo nas praças acionárias nos Estados Unidos e Europa, embora alta de Vale tenha minimizado as perdas do Ibovespa.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou com elevação de 0,75%, enquanto o europeu STOXX 600 subiu 0,80%, após o Banco Central Europeu (BCE) confirmar expectativas e cortar novamente as taxas de juros na zona do euro.

A queda de papéis de empresas de setores mais cíclicos, mais sensíveis a juros, também chamou a atenção, com a estrategista de ações Jennie Li, da XP, enxergando o movimento como um reflexo da curva de DI, que por sua vez acompanhou o movimento dos Treasuries e segue se ajustando a expectativas para a Selic.

Li chamou a atenção para dados de vendas no varejo no Brasil divulgadas mais cedo nesta quinta-feira, que voltaram a crescer em julho, com aumento de 0,6% frente ao mês anterior, após retração de 0,9% em junho. A previsão era alta de 0,5%.

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“Dados no Brasil continuam mostrando que a economia continua forte, continua resiliente… Isso reforça bastante o cenário de que…o próximo passo do Copom provavelmente vai ser de uma alta da taxa Selic”, afirmou, referindo-se ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Os contratos de DI embutiam no final do dia uma chance de quase 90% de um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic na próxima quarta-feira, quando o Copom encerra sua reunião de dois dias e divulga a decisão no final o dia.

Nesta quinta-feira, economistas do Itaú revisaram cenário, passando a esperar um ciclo de alta de juros 1,50 ponto percentual começando no próximo dia 18, “em um contexto de taxa de câmbio pressionada, expectativas de inflação desancoradas e alguma revisão – ainda que pequena – do hiato do PIB”.

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A equipe chefiada pelo ex-diretor do BC Mario Mesquita estima Selic de 11,75% ao final de 2024, com uma alta adicional em janeiro de 2025, alcançando um nível terminal de 12%.

Para Li, da XP, o movimento na bolsa paulista também refletiu certa cautela para os eventos da próxima semana, notadamente as decisões de juros do BC brasileiro e do Federal Reserve, ambas na quarta-feira. “Mercado está em compasso de espera para ver o que vai acontecer na semana que vem”, disse.

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