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É preciso aceitar quando perdeu e voltar no dia seguinte, recomenda trader

Milson Junior, o Jukira, reconhece que a parte mais difícil para quem opera no mercado é lidar com os dias ruins

Bruno Nadai

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Milson Junior, o Jukira, começou com operação de opções em 2013 e, com o tempo, expandiu para o mercado de futuros e câmbio, inicialmente operando com análise gráfica. Mas a insatisfação com os resultados o fez buscar outros caminhos, até que, em 2016, ele descobriu a leitura de fluxo, uma metodologia que tornaria o centro de sua estratégia.

“O fluxo, para mim, faz muito mais sentido, porque consigo ver a ação do preço naquele momento, tanto no curto quanto no médio prazo. Consigo também entender se há mais compra ou venda, se o mercado vai para cima ou para baixo”, explica ele em entrevista concedida ao InfoMoney durante a Expert XP 2024.

Hoje, ele aconselha iniciantes no day trade a aceitar as perdas como parte natural do processo de aprendizado. Segundo ele, a parte mais difícil para um trader é lidar com os dias ruins, mas essa é uma habilidade é fundamental para o sucesso a longo prazo.

“O mercado não é fácil. Você precisa aceitar que está errado, que perdeu, e voltar no dia seguinte com a cabeça fria. Quando eu aprendi isso, minha performance melhorou muito”, conta.

Fatores macroeconômicos

Para Jukira, operar no mercado futuro, especialmente no minidólar, exige atenção redobrada. Ele costuma mapear os players que podem estar mal posicionados e procura atuar sempre contra essas posições, que “é o elo mais fraco”. Ao mesmo tempo, observa os fatores macroeconômicos globais, como o fechamento do mercado asiático, que, segundo ele, influencia o mercado brasileiro.

Ele explica que o Brasil, por ser um exportador de commodities, depende diretamente dessas movimentações globais. “O país exporta commodities agrícolas, metálicas e energéticas. O que acontece na Ásia, por conta de o Brasil ser um grande parceiro comercial da China, reflete diretamente aqui e é crucial entender esse contexto para tomar decisões assertivas”, ressalta.

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“Se o Jerome Powell (presidente do Federal Reserve) indica uma possível redução de juros nos Estados Unidos, isso muda o comportamento do mercado, influenciando diretamente o fluxo de capital entre renda fixa e variável”, dá outro exemplo.

Além disso, ele acompanha atentamente a posição de investidores estrangeiros, fundos locais, bancos, pessoas jurídicas e físicas, utilizando essas informações para acompanhar a rolagem dos contratos de minidólar, para saber como o mercado tende a se comportar, e, dessa forma, realizar suas operações.

Leitura de fluxo

Embora a leitura de fluxo seja seu método principal, Jukira também incorporou o uso de gráfico no seu operacional.

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Ele reconhece que, para quem está começando no trade, os gráficos são mais intuitivos e visuais, facilitando o entendimento dos movimentos de mercado. Contudo, ele ressalta que sua estratégia pessoal é quase 100% baseada no fluxo. “Eu utilizo gráficos para ver pontos passados, mas o meu operacional é via fluxo”, destaca.

Um dos pontos mais importantes de seu operacional é o seu método de gerenciamento de risco. Ele ressaltou que, ao contrário do que muitos traders acreditam, a taxa de acerto não é o fator mais importante no seu sucesso. Para ele, o que realmente importa é o payoff — ou seja, a relação entre o quanto ele ganha quando acerta e o quanto perde quando erra.

Limite financeiro diário

Jukira prefere operar com base em um limite financeiro diário e ajusta o número de contratos conforme o desenrolar do dia. Se começa o dia perdendo, ele reduz o tamanho de suas posições para se adaptar ao mercado e evitar grandes prejuízos.

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Essa abordagem flexível lhe permite recuperar-se de um início de um dia negativo e buscar oportunidades mais favoráveis conforme o mercado se desenvolve.

“Não adianta ter 90% de acerto se, quando ganha, ganha pouco e quando perde, entrega tudo”, diz. “Eu erro bastante, mas quando acerto, tento segurar ao máximo aquele trade”.