Quando a qualidade do ar de São Paulo vai melhorar? Veja a previsão

Qualidade ruim do ar continua e deve pesar nos custos de cidades como São Paulo

Anna França

Céu de São Paulo nesta terça-feira (10) (Mauro Garcia/InfoMoney)
Céu de São Paulo nesta terça-feira (10) (Mauro Garcia/InfoMoney)

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Há dias a população de São Paulo convive com uma perigosa e densa nuvem de fumaça, nesse que se tornou um dos períodos mais críticos na qualidade do ar no Estado. Graças ao aumento dos incêndios por todo o país, na última segunda-feira (9) a capital paulista registrou o ar mais poluído do planeta. No início da tarde de hoje, a situação teve uma pequena melhora. Às 13h35, no horário de Brasília, a capital paulista estava na quinta colocação do ranking, entre 120 metrópoles monitoradas, marcando 131 no índice usado pelo site. Apesar disso, o cenário não deve mudar por enquanto, mantendo o ar poluído e seco, com temperaturas altas. Só no final da semana a situação pode começar a mudar com a possível ocorrência de chuvas na região da capital paulista.

Segundo a Climatempo, a temperatura máxima do dia 8 de setembro foi de 34,5 graus, a segunda mais alta em 2024, atrás apenas do recorde atingido em 16 de março, de 34,7 graus. A chuva poderá chegar na tarde de domingo (15) e manhã da segunda-feira (16), aumentando a umidade do ar, melhorando o clima seco e dispersando parte da fumaça dos incêndios florestais, de acordo com a agência.

No entanto, os meteorologistas alertam que pancadas pontuais de chuva não devem dar o alívio total aos paulistas e as nuvens de fuligem podem voltar. Segundo os especialistas, somente uma chuva regular e diária pode limpar o céu. E isso só deve acontecer no início de outubro. Mesmo assim o interior paulista não deve ser afetado pela frente fria, como mostram os modelos meteorológicos. Algumas cidades do interior, inclusive, têm previsão de máximas acima de 40 ºC e umidade relativa do ar abaixo de 10%.

O custo da poluição

A agência suíça IQAir estima que, se a situação continuar, as cidades vão contabilizar custos cada vez mais altos não só para as pessoas como para toda economia. Como exemplo, a agência cita um estudo que mostrou que as mortes por poluição do ar vem crescendo há quatro anos de forma alarmante. Só em 2020 foram registradas mais de 160 mil mortes em apenas cinco grandes cidades no mundo por causa da poluição.

Veja abaixo os dados obtidos pela IQAir

– Tóquio, no Japão, registrou 40 mil mortes, o que representou um impacto de US$ 43 bilhões para a população de 37 milhões de pessoas.

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– Nova Déli, na Índia, foram 54 mil mortes, cerca de US$ 8,1 bilhões para uma população de 30 milhões.

– Xangai, na China, vem em seguida com 39 mil mortes, prejuízo de US$ 19 bilhões para uma população de 27,1 milhões.

– São Paulo, Brasil, vem em seguida com 15 mil mortes e um impacto de US$ 7,8 bilhões para uma população de 22 milhões.

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– Cidade do México, no México, com 15 mil  mortes e impacto de US$ 7 bilhões na população de 21,8 milhões.

No total, segundo a agência, foram 163 mil mortos naquele ano, num custo total US$ 85,1 bilhões em apenas cinco cidades, que representam apenas 1,7% da população mundial. Segundo a IQAir, o custo de reduzir a poluição do ar trocando combustíveis poluentes como carvão, petróleo e gás por fontes de energia alternativas de emissão zero como eólica e solar pode parecer alto, “mas os custos de saúde e os custos econômicos da poluição do ar são claramente muito maiores”.

Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro