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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em negociações nos bastidores para resolver a questão da custódia da embaixada da Argentina em Caracas, que estava sob responsabilidade do Brasil até ser suspensa unilateralmente pelo governo venezuelano.
O jornal O Globo ouviu de uma fonte que a única alternativa cogitada no momento é negociar com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, para que outro país assuma a tutela da embaixada, priorizando a proteção do edifício contra invasões.
A fonte do jornal carioca explicou que a intenção é evitar ações que possam encerrar definitivamente os canais de comunicação entre Brasil e Venezuela. Neste momento, estão descartadas a convocação da embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Oliveira, e uma reunião com o chefe da representação da Venezuela em Brasília, Manuel Vadell.
O clima entre os diplomatas é de pessimismo, segundo o jornal, com alguns acreditando que não há perspectivas de resolução para o impasse. A revogação da custódia da embaixada argentina, feita sem aviso prévio ao governo brasileiro, foi considerada “deselegante.”
No último sábado (7), o regime de Maduro retirou a autorização para que o Brasil mantivesse a tutela da embaixada, alegando que haveria um suposto planejamento de atos terroristas por fugitivos da Justiça venezuelana abrigados no local, referindo-se a seis colaboradores da líder da oposição, María Corina Machado, que estão asilados no local desde março.
O Itamaraty expressou surpresa com a decisão e afirmou que continuará exercendo a segurança até que a Argentina indique um novo país para assumir essa função. Com a saída do candidato opositor González para a Espanha, as forças policiais venezuelanas suspenderam o cerco à embaixada no domingo (8).
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O Brasil, com apoio da Colômbia e do México, tenta abrir um canal de diálogo entre Maduro e a oposição, mas sem sucesso até o momento. Na semana passada, os três países tentaram organizar uma conversa telefônica com Maduro, mas não conseguiram.