Brasil, China e Índia podem mediar negociações entre Rússia e Ucrânia, diz Putin

Presidente russo disse que base para um acordo pode ser texto discutido em Istambul no início da guerra, mas que foi abandonado após o Ocidente incentivar a Ucrânia a continuar lutando

Roberto de Lira

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O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (5) que Brasil, China e Índia poderiam atuar como mediadores em possíveis negociações de paz sobre a Ucrânia.

Durante uma sessão plenária no Fórum Econômico Oriental, que está acontecendo em Vladivostok, na Rússia, ele sugeriu que um acordo preliminar alcançado nas primeiras semanas da guerra, firmado em Istambul, na Turquia, mas que nunca foi implementado, poderia servir como base para as conversações.

Segundo a agência de notícias Tass, Putin afirmou que o Ocidente e as autoridades de Kiev abandonaram os acordos de Istambul sobre um acordo na Ucrânia na esperança de alcançar a derrota estratégica da Rússia, mas que não obtiveram sucesso.

“Tínhamos praticamente alcançado todos os parâmetros de um possível acordo de paz com representantes do governo em Kiev. Nós concordamos em tudo. Além disso, o negociador-chefe da Ucrânia [David Arahamiya] (…) autorizou esses acordos”, contou Putin.

“É verdade que ainda havia alguns detalhes a serem finalizados, mas no geral a aprovação ainda é válida. É um documento. Mas então o Sr. [Boris] Johnson (ex-primeiro-ministro britânico] chegou, como é sabido  e instruiu os ucranianos a lutar até o último ucraniano. O que está acontecendo hoje na tentativa de alcançar a derrota estratégica da Rússia”, disse.

Ele reforçou que a Rússia nunca se recusou a negociar sobre a Ucrânia, “mas não com base em algumas demandas efêmeras”, mas com base nos acordos de Istambul. “Estamos prontos para negociar com eles? Nunca nos recusamos a fazê-lo. Mas não com base em algumas demandas efêmeras, mas com base nos documentos que foram acordados e realmente rubricados em Istambul.”

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(Com Reuters)