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O deputado federal Marcos Pereira (SP), presidente nacional do Republicanos, desistiu de concorrer à presidência da Câmara dos Deputados. A eleição para a Mesa Diretora da Casa, assim como no Senado, está marcada para fevereiro de 2025.
O anúncio oficial da desistência foi feito pelo próprio Pereira, em nota divulgada na manhã desta quarta-feira (4). O parlamentar apoiará a candidatura do deputado Hugo Motta (PB), líder do Republicanos na Câmara.
Até então, Marcos Pereira era apontado como um dos três principais postulantes à presidência da Câmara, ao lado de Elmar Nascimento (União Brasil-BA) – que teria a preferência do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) – e Antonio Brito (PSD-BA). Atualmente, Pereira é o primeiro vice-presidente da Câmara.
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“Recebi um apelo de vários líderes de partidos que não possuem candidaturas para que, em prol do Brasil, buscasse uma solução consensual que unifique a Câmara com serenidade, diálogo e previsibilidade”, afirmou Pereira, na nota divulgada nesta manhã.
“Diante deste cenário, abri mão de minha candidatura e decidi colocar ao presidente Arthur Lira a opção do líder da bancada do Republicanos, Hugo Motta, para que ele seja o nome de consenso entre todas as alas políticas do plenário”, anunciou o deputado.
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No texto, o presidente do Republicanos diz ainda que “a candidatura à presidência da Câmara é uma construção coletiva com todos os líderes partidários e deputados” e afirma que tomou “uma decisão em prol da Câmara, de todos os deputados e do Brasil”. “Sou mais um entre os 513 [deputados]”, concluiu.
Desistência de Pereira não surpreende, diz analista
Segundo análise do consultor político Leonardo Barreto, a decisão de Marcos Pereira de abandonar a disputa pela sucessão de Arthur Lira na Câmara dos Deputados “não é um movimento inesperado”. “Ele representa um equilíbrio óbvio entre o Republicanos, as necessidades de Arthur Lira e faz um balanço do poder ao União Brasil, que deve fazer o presidente do Senado com Davi Alcolumbre (AP)”, avalia.
“Cada uma dessas variáveis tem o seu peso. A mais importante delas é a manutenção do grupo de poder que hoje dá as cartas na Câmara e, consequentemente, a conservação da autoridade de Lira. Uma vez de volta à planície, ele precisa conservar suas proteções políticas”, observa Barreto. “Para isso, é imperativo ter influência sobre o próximo presidente e Motta cumpre esse papel bem melhor do que Elmar Nascimento, Pereira e Antônio Brito”, explica.
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“O modelo para Lira é o próprio Alcolumbre que, após fazer o seu sucessor [Rodrigo Pacheco], manteve sua influência no Senado, fazendo jogo combinado e até contrapeso à administração do mineiro muitas vezes. Motta parece se encaixar mais nesse papel do que os outros concorrentes, que possuem mais lastro político e probabilidade maior de declarar independência em relação a Lira em algum ponto futuro”, afirma o consultor político.