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A Turquia não tomou nenhuma medida concreta para atender ao seu desejo declarado de se juntar ao grupo Brics de economias emergentes, mas “um processo está em andamento”, disse o porta-voz do partido governista do país nesta terça-feira (3).
O Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos.
Moscou e Pequim, especialmente, estão ansiosos para expandir ainda mais o grupo, pois buscam combater o domínio econômico do Ocidente. Seria um grande golpe diplomático se a Turquia, integrante da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e candidata a membro da UE, aderisse.
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“Nosso presidente declarou em várias ocasiões que queremos ser membros (do Brics)… Nossa solicitação sobre essa questão é clara. Esse processo está em andamento dentro desse parâmetro, mas não há nenhum desdobramento concreto sobre isso”, disse Omer Celik, do Partido AK, do presidente Tayyip Erdogan, a repórteres em Ancara.
“Se houver um desdobramento concreto — uma decisão ou avaliação do Brics sobre a adesão — nós compartilharemos isso com vocês”, disse ele ao ser questionado sobre as reportagens da imprensa sobre o assunto.
A Turquia tem sido relativamente discreta em público sobre seus planos. Perguntado durante uma visita à China em junho se a Turquia poderia se juntar ao Brics, o ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, disse: “Gostaríamos, é claro, por que não?”, sem dar mais detalhes.
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A Rússia recebeu bem os comentários de Fidan e afirmou que a questão estaria na agenda da próxima cúpula do Brics. No entanto, o ministro das Finanças turco, Mehmet Simsek, disse posteriormente em Londres que a Turquia não queria se desvincular de seus “principais” parceiros ocidentais, e seu ministro da Defesa enfatizou no mês passado que Ancara continua comprometida com suas responsabilidades como integrante da OTAN.
O interesse de Ancara no Brics e seus laços de amizade com a Rússia, especialmente em energia, turismo e defesa, despertaram o temor dos Estados Unidos e da Europa de que a Turquia possa estar se afastando de sua orientação geopolítica ocidental tradicional.