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A Hidrovias Brasil (HBSA3) convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para aprovar um aumento de capital privado de até R$ 1,5 bilhão, além de alterações no estatuto social para eliminar o poison pill (cláusula que exige a realização de oferta pública de aquisição de ações por qualquer acionista que adquirir uma participação relevante na companhia) e restringir o voto dos acionistas nas transações em que estejam envolvidos.
Apesar de uma diluição potencial relevante (até 40%), a XP Investimentos considera a proposta consistente com o contexto atual de alta alavancagem (5,4 vezes dívida líquida/Ebitda no 2T24), e com o cenário apertado de S&D (vendas e distribuição) para a logística de grãos.
Apesar de uma potencial diluição de até 40%, a Ultrapar (UGPA3) e a gestora Alaska expressaram interesse em exercer seus direitos de preferência, “reforçando seu apoio para os novos investimentos”, destaca a XP. “Além disso, a proposta de remover a cláusula de “poison pill” dos estatutos implica que a Ultrapar pode buscar aumentar sua participação, o que fornece um importante suporte à demanda para a próxima captação de capital”, acrescenta a corretora.
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De acordo com o relatório, os novos recursos permitirão que a Hidrovias invista em capacidade adicional no Corredor Norte e reduza sua alta alavancagem (com o aumento de capital de R$ 1,5 bilhão a relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) reduziria de 5,4 vezes para 3,1 vezes.
O time de análise da XP reitera recomendação de compra para HBSA3, apesar da cautela com os resultados de curto prazo dados os baixos níveis de calado em 2024.
Com relação à Ultrapar, a companhia manifestou o interesse em exercer seus direitos de preferência na transação. Atualmente, a Ultrapar detém 39,98% da Hidrovias, o que corresponde a R$ 600 milhões do aumento de capital. No entanto, o fato relevante indica que a UGPA poderia aumentar sua participação caso os outros parceiros não exerçam seus direitos na transação.
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O JPMorgan vê a transação alinhada com a estratégia da Ultrapar de expandir no setor do agronegócio e reforçar seu papel como acionista estratégico de longo prazo da Hidrovias. A Ultrapar encerrou o 2T24 com um Dívida líquida/Ebitda de 1,2 vez e o banco reitera recomendação neutra para empresa.
Segundo o JPMorgan, a primeira reação é ligeiramente negativa, pois falta visibilidade sobre o caminho de crescimento da Hidrovias. Embora acredite que a empresa seja uma peça estratégica para a expansão de médio a longo prazo da Ultrapar nos segmentos de logística e agronegócio, o banco vê com cautela o desembolso de – no mínimo – R$ 600 milhões adicionais na Hidrovias, sem ganhar controle da empresa e com visibilidade limitada sobre os investimentos.
Se, por um lado, o preço de subscrição de R$ 3,40 por ação está abaixo da participação da Patria em março de R$ 3,98 por ação e também com desconto em relação ao fechamento de R$ 3,49/ação, por outro, o JPMorgan gostaria de ter mais detalhes sobre o plano de geração de valor da Hidrovias.
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A XP Investimentos disse ser provável que a Utrapar aumente marginalmente sua participação, mas é improvável que alcance uma participação de 50%. Teoricamente, a Ultrapar poderia chegar a cerca de 62% se ficasse com 100% da nova emissão, mas essa não é uma hipótese realista, pois outros acionistas da Hidrovias subscreverão pelo menos parte do aumento de capital.
Embora esse aumento de capital, por si só, não permita que a Ultrapar aumente sua participação além de 50%, a Ultrapar poderá continuar a comprar ações da Hidrovias após essa emissão de capital se desejar aumentar ainda mais sua participação e, eventualmente, tornar-se acionista majoritária.
Para esse fim, a XP explica que o Conselho de Administração da Hidrovias também propôs a remoção da clausula de poison pill dos estatutos (originalmente ativada a uma posição de 20% e depois dispensada até 40% quando a Ultrapar adquiriu sua participação na empresa).
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Como alternativa, o estatuto social passaria a exigir a aprovação da maioria nas assembleias de acionistas que votassem em qualquer transação de fusão e aquisição ou incorporação envolvendo acionistas da empresa. Ou seja, se a Ultrapar decidisse incorporar a Hidrovias, a Ultrapar seria impedida de votar na assembleia de acionistas da companhia.
Já o Itaú BBA avalia o anúncio como neutro, uma vez que a decisão da Ultrapar é consistente com sua estratégia contínua de investir em avenidas de crescimento relacionadas aos setores de logística e infraestrutura expostos ao agronegócio.
Segundo BBA, a Ultrapar declarou estar confortável tanto com a aderência estratégica quanto com os níveis de retorno do principal projeto proposto pela Hidrovias para o uso dos recursos da subscrição (relacionados à capacidade adicional no Corredor Norte), enquanto sua estrutura de capital é capaz de acomodar bem esse movimento (a alavancagem permanecerá abaixo de 1,5x após a subscrição).
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O Itaú BBA reiterou recomendação neutra e preço-alvo de R$ 31.
De acordo com estimativas do Goldman Sachs, a transação pode implicar em um aumento de 0,1 vez na alavancagem da Ultrapar, o que classifica como marginal.
O banco americano espera que a administração forneça detalhes adicionais sobre as perspectivas para o investimento da empresa na Hidrovias e mais informações sobre os planos de alocação de capital da companhia no futuro em seu evento do dia do investidor na sexta-feira, 6.
O Goldman Sachs também mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 28.
A equipe de research do Bradesco BBI, por sua vez, avalia que o anúncio é outro pequeno passo da Ultrapar e está em linha com a estratégia da empresa de aumentar sua exposição logística ao setor de agronegócio.
Os analistas do BBI não esperam que a alavancagem da Ultrapar ultrapasse 1,3 vez Dívida Líquida/Ebitda. Portanto, isso não traz nenhuma implicação para dividendos.
No longo prazo, no entanto, parece que a Ultrapar pode ultrapassar uma propriedade de 50%, consolidando 100% da Hidrovias, o que levaria a alavancagem para até 1,7 vez, ainda não excessivo e em linha com a meta da empresa de 1,5 a 2,0 vezes Dívida Líquida/Ebitda.
O Bradesco BBI reitera classificação neutra para UGPA3 com preço-alvo de R$ 33.
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