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Empreendedoras rompem ciclo de investimento masculino e dominam mercado da beleza

Patricia Lima, da Simple Organics, e Mari Saad, da Mascavo, apostam em olhar diferenciado para escalar negócios

Mitchel Diniz

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Uma, começou como “blogueira” de maquiagem e hoje tem o desafio de converter seguidores em clientes de sua própria marca de cosméticos. A outra, decidiu empreender no segmento de beleza sustentável e vendeu seu negócio, em plena pandemia, para uma das principais farmacêuticas brasileiras.

No painel “Mulheres Empreendedoras: O protagonismo feminino no mercado de beleza e nos negócios”, da Expert XP 2024, ficaram claras as similaridades entre as trajetórias de Mari Saad, fundadora da Mascavo, e Patricia Lima, CEO e fundadora da Simple Organic, hoje parte da Hypera Pharma (HYPE3). A começar pelo fato das duas serem mulheres no universo do empreendedorismo, onde a maioria dos investimentos ainda é mais direcionado para os homens.

“Não gosto de assumir o papel de guerreira, porque não queremos estar em um lugar de sofrimento. Mas é uma luta muito grande quando a gente vê que 97% dos investimentos ainda vão para os homens fundadores de empresas”, afirma Patricia. Ela conta que já tinha praticamente fechado a venda de uma participação da empresa para um fundo de investimento ao ser abordada por Vivian Angiolucci, executiva da Hypera.

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“Conversamos pelo Zoom e a Vivian estava amamentando uma criança de três meses. E o tom que ela abordou foi muito diferente de todos os homens que vinham conversar sobre o negócio, que puxavam DRE [demonstrações financeiras da empresa], números e capacidade de expansão da marca. A Vivian perguntou qual era o meu sonho”, contou Patrícia, que também é mãe.

Negócios em expansão

No ano passado, a Simple Organic, até então uma marca muito associada a cuidados com a pele, ampliou seu escopo lançando uma linha de vitaminas e suplementos alimentares. Agora, se prepara para explorar uma nova linha kids, de hidratantes e óleos corporais para crianças, em parceria com a modelo Caroline Trentini.

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“A Carol é um dos principais nomes no mercado internacional de moda. Ela vai a Paris, abre um desfile e na volta, pega os filhos na escola”, conta Patricia. Ela revela que as vendas digitais respondem hoje por mais de 70% das vendas da Simple Organic, ainda que a empresa também opere em outros canais de vendas, como o varejo farmacêutico e franquias.

De “blogueira” a empreendedora

Mari Saad, que começou a produzir conteúdos para internet antes das redes sociais ganharem força, foi um rosto que ajudou a impulsionar a marca fundada por Patricia, em seus conteúdos sobre skincare.

“Quando eu olho um pouquinho para trás, vejo que tive uma atitude disruptiva, porque era difícil comunicar com o blog e não tinha essa quantidade de rede social”, contou. “E acho que foi ali, escrevendo o blog, que tive um despertar, um aflorar, assim, empreendedor.” Em mais de 10 anos como influenciadora, profissão que sequer era reconhecida quando começou a produzir conteúdos, Mari ajudou a colocar mais de 120 produtos no mercado. Até que decidiu fundar a própria marca de cosméticos.

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Mariana Saad (Foto: Divulgação)

Na recém-lançada Mascavo, Mari assumiu a criação e o branding dos próprios produtos. Agora tem o desafio de converter a multidão de seguidores que possui (são 4 milhões só no Instagram) em consumidores da sua linha.

Para ela, a estratégia para atrair e fidelizar clientes passa por “quebrar” o lado institucional e humanizar a marca de maneira natural.

“O público hoje, principalmente no setor da beleza e nesse momento de redes sociais no todo, querem provar que aquilo que você está falando é verdade. É preciso ser honesto, porque as pessoas hoje sabem muito mais do que estão consumindo. Somos grandes apaixonadas por rótulos, mas o público já está maduro, vem evoluindo junto com a gente”, conclui a influencer empreendedora.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados