Alupar (ALUP11) tem retornos mais atrativos em projetos fora do Brasil e ação sobe 3%

Companhia arrematou cinco lotes de transmissão em um leilão realizado no Peru

Felipe Moreira

Linha de Transmissão de Energia (Divulgação/Aneel)
Linha de Transmissão de Energia (Divulgação/Aneel)

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A Alupar (ALUP11) arrematou cinco lotes de transmissão em um leilão realizado no Peru, com investimentos da ordem de US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões) e previsão de receita anual permitida (RAP) total do projeto de US$ 59,9 milhões o que equivale a uma relação RAP/capex (investimentos) de 15,0%. Nesta sexta-feira (30), as units da empresa subiram 3,04%, a R$ 31,83.

O Itaú BBA avalia que a companhia elétrica conseguiu taxas internas de retorno (TIRs) muito sólidas, diferente do que tem sido observado por aqui nos últimos leilões.

Segundo o BBA, a aquisição desses cinco lotes reforça a perspectiva positiva da empresa em expandir ainda mais no mercado latino-americano.

Por exemplo, o Chile tem sido um mercado particularmente bem-sucedido para a Alupar. No início deste ano, a empresa garantiu dois lotes de transmissão no país com relações capex-RAP atrativas, “totalizando uma RAP de US$ 145,9 milhões e uma relação de aproximadamente 7,5 vezes, o que é significativamente mais atraente do que a relação média de 10,2 vezes do último leilão de transmissão no Brasil (001/2024)”, avalia o banco.

Os analistas ainda destacam que cerca de 10% da receita da empresa já vem de países da América Latina (excluindo Brasil), beneficiando-se de contratos indexados ao dólar e melhores condições de emissão de dívida.

Em termos de endividamento, o BTG avalia que embora a maior parte dos desembolsos esteja concentrada em 2027 e 2028, este novo projeto pode naturalmente pressionar a alavancagem no médio prazo, deixando menos espaço para dividendos acima do mínimo de 50% do lucro líquido regulatório.

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Por outro lado, o BTG considera o projeto altamente gerador de valor (14,5% TIR real em dólar ante TIR real implícita da Alupar de 6,3%) e alinhado com o excelente histórico da empresa em alocação de capital.

O JPMorgan, por sua vez, destaca que este será o maior projeto da Alupar fora do Brasil e que essas operações representarão US$ 690 milhões em CAPEX até 2029 e US$ 99 milhões em receitas reguladas. Com isso, estima que, até 2029, 17% das receitas de transmissão da Alupar virão de fora do País, demonstrando a relevância da abordagem de internacionalização da empresa.

De acordo com JPMorgan, a crescente expertise e o sucesso na obtenção de projetos greenfield com retornos sólidos, em muitos casos com receitas denominadas em dólares, estão proporcionando uma vantagem sólida para a Alupar em relação às empresas de transmissão focadas no Brasil.

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O JPMorgan e BTG mantêm recomendação neutra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 33 e R$ 30. Enquanto isso, o Itaú BBA é mais otimista e possui recomenda compra com preço-alvo de R$ 37,40.