Gestores projetam Ibovespa a 145 mil pontos ao fim de 2024; veja setores preferidos

Levantamento feito pelo InfoMoney com 44 casas que concentram mais de R$ 500 bilhões de patrimônio sob gestão mostra otimismo com o desempenho da Bolsa mesmo com perspectiva de alta da Selic

Bruna Furlani Marcos Mortari

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Os bons ventos trazidos pela volta do fluxo estrangeiro entre os meses de julho e agosto motivaram uma visão um pouco mais positiva dos agentes financeiros para o mercado acionário local até o fim do ano. Prova disso é que o ponto médio das estimativas de gestoras consultadas pelo InfoMoney aponta que o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa brasileira, deve encerrar 2024 aos 145 mil pontos.

É o que mostra o Barômetro do Mercado, pesquisa especial feita pelo InfoMoney, divulgada nesta sexta-feira (30), durante a Expert XP 2024. O levantamento, realizado entre os dias 26 e 28 de agosto, ouviu 44 gestoras de recursos, que juntas somam patrimônio superior a R$ 500 bilhões.

De acordo com o estudo, apenas 18% das gestoras acreditam que o Ibovespa poderá terminar o ano abaixo dos 140 mil pontos. Ao mesmo tempo, somente 2% dos participantes do estudo esperam que o índice consiga superar os 160 mil pontos até o fim de 2024. Na última quinta-feira (29), o principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda de 0,95%, cotado a 136 mil pontos.

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A mediana das projeções das gestoras consultadas para Selic ficou em 11% ao fim do ano, mas parcela das casas parece acreditar que a volta de uma política monetária mais restritiva por parte do Banco Central não seria capaz de atrapalhar meses mais positivos para o Ibovespa.

Há uma avaliação de que a consolidação do cenário de corte de juros nos Estados Unidos a partir de setembro poderá atrair montantes mais significativos de capital estrangeiro para o mercado acionário local, especialmente se a economia americana desacelerar sem entrar em recessão.

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Setores preferidos

Na hora de analisar os setores com maior potencial de retorno nos próximos 12 meses, o setor financeiro foi o líder em termos de preferência, respondendo por 61% das respostas. Na sequência, aparecem energia (34%), consumo (25%), além de construção e imobiliário (23%) e óleo e gás (20%). Cada gestora podia apontar até 3 setores em sua resposta, o que explica a soma dos resultados superar 100%.

Em relatório divulgado após os resultados das companhias, a equipe de estratégia do Itaú BBA destacou que a maioria das ações do setor doméstico e financeiro mostrou tendência de expansão anual em vários indicadores, como receita, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro líquido.

De acordo com a equipe do BBA, os resultados do segundo trimestre deste ano mostraram uma leve deterioração nas revisões de lucros para o fim de 2024 nos últimos meses; por outro lado, as cifras para o fim de 2025 mostraram revisões de lucros positivas recentemente. O setor de commodities, por exemplo, foi o que experimentou a maior volatilidade nas revisões de 2024 durante o último mês, junto com o setor doméstico, enquanto o financeiro se destacou como o setor mais resiliente.

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Os setores do agronegócio (9%), papel e celulose (7%), além de saúde (7%), educação (5%), tecnologia (5%) e vestuário (5%) apareceram entre os últimos no rol que possui grande potencial de retorno em um ano, segundo os respondentes. Ações de áreas e de telecomunicações não receberam votos por parte de nenhuma gestora.

Como foi feita a pesquisa?

Esta edição do Barômetro do Mercado foi realizada entre os dias 26 a 28 de agosto, e contou com a participação de 44 gestoras do mercado financeiro. Dentre elas, 24 autorizaram ser mencionadas na amostra.

São elas: AMW, Bahia Asset, BOCOM BBM Asset, Compass, Daycoval Asset, Gauss Capital, Hashdex, Hedge Investments, JiveMauá, Joule Asset Management, Kinea Investimentos, MOS Capital, Novus Capital, Oby Capital, Quantitas Asset Management, Schroder Investment Management Brasil, SPX Capital, SVN Gestão, Tivio Capital, Truxt Investimentos, Western Asset, WHG, XP Asset Management e Zion Invest.

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Mais da metade das gestoras participantes (57%) administram um patrimônio de R$ 1 bilhão a R$ 10 bilhões. Na sequência, vêm as casas com algo entre R$ 10 bilhões e R$ 50 bilhões (23% da amostra). Duas gestoras (5%) ocupam a faixa mais elevada, com R$ 50 bilhões de patrimônio.