Gerdau (GGBR4) levanta R$ 1,77 bilhão em créditos tributários e fortalece balanço

Anúncio fortalece ainda mais o balanço patrimonial da Gerdau

Felipe Moreira

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A Gerdau (GGBR4) anunciou que sua subsidiária Gerdau Aços Longos (participação de 99,8%) retirou R$ 1,77 bilhão de um depósito judicial em razão da decisão judicial que exclui o ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins.

Diante disso, a Gerdau teve a conversão do referido recurso financeiro em disponibilidade, bem como, ingressará com Pedido de Habilitação de Crédito junto à Receita Federal do Brasil, com vistas a compensação de crédito tributário decorrente de pagamento indevido ou a maior, no valor de R$ 786 milhões, divididos em 60 parcelas.

Segundo o Morgan Stanley, o provável crédito tributário de R$ 786 milhões representa 13% da dívida líquida da empresa no segundo trimestre (2T24). O anúncio fortalece ainda mais o balanço patrimonial da Gerdau, que encerrou o 2T24 com uma relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 0,53 vez.

O Morgan Stanley reitera recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações da siderúrgica e preço-alvo de R$ 26.

Já o Goldman Sachs avalia que o anúncio aumenta a capacidade de recompra de ações e distribuição de dividendos da companhia.

Após o recente desvinculamento dos fundamentos, o Goldman vê os níveis atuais como uma oportunidade de compra atraente, com a empresa sendo negociada a um rendimento de fluxo de caixa de 8% e 10% em 2025 e 2026 (ou 14/15% excluindo capex de expansão).

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Dessa forma, o Goldman Sachs reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 25.

Analistas do banco ainda comentam que preço das ações da Gerdau tem tido um desempenho inferior às estimativas de lucro consensuais desde maio de 2024, devido ao ao pessimismo em relação ao setor de minério de ferro e aço da China, bem como às preocupações dos investidores sobre a possível pressão na rentabilidade da América do Norte.

No entanto, segundo Goldman Sachs, as margens norte-americanas da Gerdau têm se mostrado mais resilientes do que o esperado, enquanto as margens no Brasil têm mostrado uma tendência de alta devido a uma combinação de melhores preços (apoiados pelo aumento das tarifas de importação e pela desvalorização do real em relação ao dólar) e menores custos (como resultado de iniciativas de otimização de ativos).