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Vai pedir demissão? Estratégias podem ajudar você a não perder dinheiro; veja dicas

Se você já está decidido, veja a melhor estratégia indicada por advogados especializados em direitos trabalhistas

Anna França

(Pixabay/kalhh)
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Com o mercado de trabalho aquecido, cada dia mais cresce o número de pessoas que resolvem pedir demissão e buscar novos horizontes. Só no ano passado 7,3 milhões de pessoas deixaram seus empregos, número 7% maior que o registrado em igual período de 2022. Em 2024, o movimento continua forte, com 4.259 milhões de pedidos de desligamentos de janeiro a junho, alta de 14%, conforme sondagem feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Mas, até para pedir demissão, a pessoa com carteira assinada precisa de uma boa estratégia para não perder dinheiro. É o que explicam os especialistas ouvidos pelo InfoMoney.

Por exemplo, se o empregado trabalhou até o 14º dia do mês, as verbas trabalhistas serão calculadas até essa data, conforme as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nesse caso, ele não terá direito ao 13º salário proporcional e às férias proporcionais referentes a esse mês de demissão. O que pode fazer uma grande diferença, dependendo do valor da remuneração mensal.

No entanto, se ele sair só após o dia 15 terá direito a mais 1/12 de férias, 1/12 de 13º salário e 1/12 de um terço das férias, conforme estabelecido pela lei. Por isso, faz sentido considerar esse cenário, na opinião do advogado Mozar Carvalho, sócio fundador da Machado de Carvalho Advocacia. “É claro que escolher o dia para pedir demissão pode parecer uma situação inusitada, já que poucas pessoas calculam o melhor dia para perder menos dinheiro. Mas, levando-se em conta esse raciocínio, é sim importante”, disse.

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Essa questão afeta, inclusive, o depósito do FGTS, lembra o advogado trabalhista, William Margreiter Alves, do Zarif Advogados. A data é tão importante que até os empregadores consideram isso, porque se torna mais ou menos oneroso demitir um empregado até o 15º dia do mês. “O pedido de demissão em uma segunda-feira também é mais vantajoso financeiramente para o empregado do que o pedido em uma sexta-feira, pois se o empregado não trabalha aos sábados e domingos receberá em suas verbas rescisórias mais dois dias do que se o pedido de demissão ocorresse na sexta-feira”, acrescenta.

De acordo com o advogado Marcos Poliszezuk, sócio fundador do Poliszezuk Advogados, apesar de não ter dia certo para pedir demissão, é importante lembrar que o empregado é obrigado avisar o empregador sobre sua saída com 30 dias de antecedência. Ou seja, o seu contrato somente será rescindido após o decurso deste prazo. “Caso o empregado não cumpra estes 30 dias, terá descontado de suas verbas rescisórias o valor correspondente aos 30 dias, ou seja, abre mão de um salário inteiro”, explica.

Como o pedido de desligamento é sempre um momento sensível que envolve, além dos trabalhos em andamento uma avaliação financeira importante para ambos os lados, o colaborador precisa avaliar seus interesses e a aplicação do cálculo rescisório pelo empregador, de acordo com o advogado Sergio Pelcerman, sócio do Almeida Prado & Hoffmann Advogados, que cita algumas avaliações prévias abaixo.

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Veja o que levar em consideração na hora de pedir demissão:

Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro