Macron vai continuar consultas sobre primeiro-ministro após rejeitar nome da esquerda

Presidente busca formar coalizão centrista após descartar candidata de esquerda, em meio a semanas de incerteza política na França

Bloomberg

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O presidente francês Emmanuel Macron continuará as consultas sobre a nomeação de um primeiro-ministro viável na terça-feira (27), após descartar um governo liderado pela candidata de esquerda Lucie Castets em favor de uma possível coalizão centrista.

Macron iniciou uma série de reuniões na sexta-feira (23) para sondar os chefes de partido sobre um compromisso para tentar encerrar semanas de incerteza após sua decisão de convocar eleições antecipadas que deixaram nenhum grupo com maioria na Assembleia Nacional.

Castets, a candidata proposta pela Nova Frente Popular, seria “imediatamente rejeitada por todos os outros grupos” no parlamento, de acordo com uma declaração distribuída na noite desta segunda-feira (26) pelo gabinete de Macron após conversas com Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Reunião Nacional, e outros líderes partidários.

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Discussões com partidos centristas aliados a Macron “identificaram possíveis caminhos para coalizão e cooperação”, segundo a declaração.

“Esses grupos demonstraram abertura para apoiar um governo liderado por alguém de fora de suas fileiras”, acrescentou, convidando socialistas, ambientalistas e comunistas a colaborar.

Le Pen disse a Macron na segunda-feira que seu grupo se oporia a um primeiro-ministro da Nova Frente Popular.

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O grupo — que inclui socialistas, verdes, comunistas e a extrema-esquerda França Insubmissa — reivindicou o direito de propor um primeiro-ministro após ganhar a maioria das cadeiras na eleição e nomear Castets, uma funcionária pública de 37 anos.

Le Pen se opôs categoricamente, dizendo que não apoiaria ninguém da aliança porque inclui a França Insubmissa de Jean-Luc Melenchon.

Ela repudiou os comentários que ele fez neste fim de semana sugerindo que estaria aberto a um governo liderado por socialistas sem ministros de seu partido.

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“Isso não muda absolutamente nada”, disse ela a repórteres após se encontrar com Macron em Paris. “É Jean-Luc Melenchon quem realmente comandaria este governo.”

A Nova Frente Popular tem 193 das 577 cadeiras na Assembleia Nacional, o que significa que Castets seria vulnerável a uma moção de desconfiança que derrubaria sua administração.

Embora a escolha do primeiro-ministro não seja de Le Pen, a Reunião Nacional e seus aliados têm 142 parlamentares, tornando-os uma parte crucial da matemática política de Macron.

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Os assessores do presidente haviam desdenhado Castets, citando a relutância no parlamento em trabalhar com o grupo de Melenchon. Os republicanos conservadores também rejeitaram a ideia.

Melenchon disse à televisão TF1 no sábado que isso era “um pretexto, é o programa que vocês não querem.”

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