No aniversário da morte de Getúlio Vargas, Lula se compara ao ex-presidente

Lula diz em comício de campanha de Guilherme Boulos que as elites de São Paulo não gostavam de Getúlio Vargas porque ele criou o salário-mínimo e a CLT; ele também criticou candidatos que dizem não serem políticos

Roberto de Lira

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a participação nos primeiros atos oficiais da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo para fazer um autoelogio. Lembrando que, neste sábado, é o aniversário de 70 anos da morte de Getúlio Vargas, ele se comparou ao ex-presidente, que se suicidou no Palácio do Catete em 24 de agosto de 1954.  

“Aqui em São Paulo não se fala muito do Getúlio porque as elites de São Paulo não gostavam dele. Não tem o nome dele numa viela ou numa ponte. Porque ele criou o salário-mínimo, a CLT, as férias e a jornada de trabalho”, listou Lula.

“Aos 78 anos, eu posso dizer que teve dois presidentes que cuidaram do social: Getúlio Vargas e Luiz Inácio Lula da Silva. Getúlio era dono de terras e advogado, mas tirou o trabalhador da semiescravidão”, reforçou Lula, citando ainda as criações da Petrobras e da Eletrobras pelo ex-presidente.

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Pouco antes, em comício no Campo Limpo, zona Sul de São Paulo, Lula lembrou como conheceu Boulos, que participava do movimento MTST, e como construiu uma relação de respeito e amizade com ele.

O presidente destacou ainda que sente tem muito orgulho de, pela primeira vez, estar na cidade de São Paulo pedindo votos “para um companheiro ou companheira que não é do PT”. Ele também defendeu a chapa, que junta a juventude do candidato do PSOL com a experiência de Marta Suplicy.

Para Lula, uma administração de Boulos será uma síntese das gestões anteriores do PT na cidade: Luiza Erundina, Marta e Fernando Haddad.

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Raposa no galinheiro

Sem citar o nome de Pablo Marçal (PRTB), Lula atacou os candidatos que insistem em dizer que não são do mundo político porque eles não têm compromissos claros. “Estou vendo pessoas que dizem: não sou da política, eu sou honesto. Jânio Quadros dizia isso e durou seis meses, Collor [Fernando Collor] só durou dois anos e meio”, lembrou.

“Eu quero votar no Boulos porque ele é da política. Quem tem partido, tem compromisso. Ele não é candidato dele. (…) A gente não pode achar que uma raposa pode tomar conta do galinheiro. A raposa pode ser simpática, mas (..) de manhã, não vai ter mais raposa, nem galinha”.

Lula também pediu a eleição de Boulos como uma espécie de presente de aniversário, uma vez que o primeiro turno ocorre no dia 6 de outubro, data em que foi registrado, e um possível segundo turno está marcado para 27 de outubro, data em que realmente nasceu.