Santos Brasil se recupera e sobe 4% após forte baixa na quinta; BBA vê “oportunidade”

Ação despencou na quinta com notícias sobre um possível leilão para concessão de um novo terminal no Porto de Santos

Felipe Moreira

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Depois da derrocada da última quinta-feira, quando investidores repercutiram notícias sobre um leilão para a concessão de um novo terminal de contêineres no Porto de Santos (STS10), a ação da Santos Brasil (STBP3) registrou recuperação – ainda que parcial – nesta sexta-feira (23). Os papéis STBP3 fecharam em alta de 3,96%, a R$ 13,12.

O Ministro dos Portos, Silvio Costa, deu uma entrevista coletiva após o leilão portuário na B3, reforçando a intenção do governo de avançar com o novo formato de leilão do STS10.

Com o tombo da véspera, o Itaú BBA avalia que foi aberta uma oportunidade de compra no ativo, uma vez que não há uma definição sobre o projeto (nenhum cronograma, nenhum capex, nem confirmação da Autoridade Portuária).

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O banco também ressalta que, mesmo que ele prossiga, não deve acontecer em breve. No melhor cenário, o terminal estaria operacional apenas até 2029 e 2030, considerando um leilão até o segundo semestre de 2025 e um ciclo de construção de 3 anos.

Além disso, segundo o relatório, não deve ser semelhante ao que aconteceu em 2014, o que é uma preocupação para os investidores (estimativa de uma potencial adição de capacidade de 23% da demanda de 2030 ante 62% adicionados em 2014).

O BBA ainda afirma que a avaliação é atrativa, pois há uma redução de capital já aprovada de R$ 1,6 bilhão que, juntamente com o pagamento de 100% para o ano (R$ 700 milhões), deve se traduzir em um rendimento de 20% a ser pago nos próximos 6 meses, bem como o momento dos lucros pode acelerar no curto prazo (já que não há mais incentivo para a empresa ser conservadora no reajuste tarifário).

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Ainda em termos de avaliação, a ação da empresa está sendo negociada uma taxa interna de retorno (TIR) de 23% sobre o patrimônio líquido para um horizonte de investimento de 3 anos, mesmo considerando uma redução significativa na classificação das ações (saindo a 6,0 vezes EV/Ebitda de 1 ano contra 6,7 vezes atualmente e 7,3 vezes historicamente).

O BBA reitera classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 18.

Já o BTG comenta que o “fantasma do STS10” continua a preocupar os investidores da Santos Brasil, já que o projeto para um novo terminal portuário em Santos representa a maior ameaça ao equilíbrio de oferta no Porto de Santos.

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Segundo o banco, a compreensão mais recente do mercado sobre esse quebra-cabeça de capacidade em Santos era que o leilão do STS10 havia sido adiado, enquanto a SPA preparava estudos para utilizar o STS10 de outras maneiras (incluindo o novo terminal de passageiros e novas áreas portuárias).

Mesmo em um cenário onde a Autoridade Portuária de Santos (SPA) consiga leiloar uma parte do STS10 (o que parece complexo do ponto de vista regulatório), o BTG avalia que representaria capacidade adicional no médio a longo prazo (ou seja, cinco anos), sem impacto significativo nos preços no curto prazo.

No entanto, sabendo que os investidores tendem a se tornar mais avessos ao risco quando a questão regulatória aumenta, especialmente em uma ação que teve bom desempenho nos últimos meses. Diante disso, com a perspectiva de resultados sólidos no segundo semestre e um dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) de aproximadamente 13%, o BTG reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17.

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