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O dólar teve alta consistente nesta quinta-feira (22) e subiu quase 2% em relação ao real em dia de força no exterior. Na véspera do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em Jackson Hole, investidores optaram por montar posição em ativos seguros, o que fortaleceu a moeda norte-americana.
Agentes do mercado aumentaram as apostas de que Powell jogará água fria nas expectativas de cortes agressivos nas taxas de juros este ano. Com isso, os rendimentos dos títulos do Tesouro Americano subiram. O retorno do Treasury de dez anos, referência global para decisões de investimento, avançou 8 pontos-base, a 3,86%.
No cenário interno, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo reiterou a afirmação de que a autarquia subirá a taxa básica de juros se necessário. Porém, sua fala veio dias depois de um Roberto Campos Neto, presidente do BC, mais brando, o que causou estranheza no mercado pela divergência entre os dirigentes – um fator que também impulsionou o dólar hoje.
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Assim, Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, ressalta os dois pontos: i) força global do dólar, possivelmente em um movimento de realização de lucros e de montagem de posições defensivas antes do discurso do Powell e ii) percepção dos agentes em torno de um desequilíbrio no tom dos dirigentes do Banco Central segue em vigor e provoca dúvidas sobre a trajetória da Selic e um aumento nas exigências de prêmios de risco no curto prazo.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou com alta de 1,98%, a R$ 5,589 na compra e na venda. O dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) subia 2,07%, indo a 5.596 pontos.
Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,07%, cotado a R$ 5,4823. Com a disparada do dia, a moeda norte-americana diminuiu a queda em relação ao real, que passou de -3,07% na véspera para atuais -1,17%.
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Dólar comercial
- Compra: R$ 5,589
- Venda: R$ 5,589
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,626
- Venda: R$ 5,806
Leia mais: Tipos de dólar: conheça os principais e qual importância da moeda
O que aconteceu com o dólar hoje?
Investidores adotaram o modo cautela nesta quinta-feira (22), na véspera do simpósio de Jackson Hole. Traders apostaram que o presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Jerome Powell, jogará água fria nas expectativas do mercado para cortes agressivos nas taxas de juros este ano.
Dessa forma, operadores elevaram suas apostas de um corte de 25 pontos-base na reunião do Fed em setembro, com 72% de chance agora, enquanto colocavam apenas 28% na probabilidade de uma redução mais profunda, em 50 pontos-base.
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Eles preveem pouco menos de 100 pontos-base de afrouxamento até o fim deste ano.
As apostas em um afrouxamento mais gradual pelo Fed fizeram os rendimentos dos Treasuries saltarem. O rendimento do Treasury de dois anos, que reflete as apostas para as taxas de juros de curto prazo, tinha alta de 6 pontos-base, a 3,98%, enquanto o título de 10 anos avançou em 8 pontos-base.
Quanto mais crescem os rendimentos dos Treasuries, melhor para o dólar, que se torna comparativamente mais atraente do que ativos de maior risco, prejudicando o apetite por moedas de países emergentes, incluindo o Brasil.
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A moeda norte-america avançava contra o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano. O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,48%, a 101,52 pontos.
No cenário interno, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo discursou em um evento em São Paulo e reiterou a afirmação de que a autarquia subirá a taxa básica de juros se necessário.
Entretanto, Galípolo disse discordar “respeitosamente” das interpretações do mercado de que essa posição deixaria o BC acuado em relação a decisão sobre a Selic.
Nos últimos dias têm ganhado força entre instituições financeiras a avaliação de que, em função de falas de Galípolo, consideradas hawkish (duras com a inflação), o BC será forçado a subir a Selic em pelo menos 25 pontos-base em setembro, mesmo em meio à relativa melhora do cenário externo, já que as taxas futuras precificam isso.
O discurso desta quinta do diretor vem dias depois de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ser mais brando em sua fala. A percepção dos agentes em torno de um desequilíbrio no tom dos dirigentes provocou dúvidas sobre a trajetória da Selic e um aumento nas exigências de prêmios de risco no curto prazo que impulsionou o dólar.
(Com Reuters)