IRB: CVM acusa CEO da Eletrobras e mais 10 ex-diretores em caso de fraude, diz jornal

Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal e ex-conselheiro do ressegurador, também aparece entre os nomes elencados

Felipe Moreira

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concluiu o principal processo sobre o caso de fraude contábil no IRB (Re) (IRBR3), com acusação de 11 ex-diretores e conselheiros do ressegurador, segundo reportagem do jornal O Globo.

Entre os acusados, está Ivan Monteiro, ex-CEO da Petrobras (PETR3; PETR4) e atual diretor-presidente da Eletrobras (ELET3; ELET6), que foi presidente do Conselho de Administração do IRB até 2020. Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal no governo de Jair Bolsonaro e ex-conselheiro do ressegurador, também aparece entre os nomes elencados.

Os demais réus do caso de fraude no IRB: Fernando Passos, ex-CFO da empresa; José Carlos Cardoso, ex-presidente; Lucia Maria da Silva Valle, vice-presidente executiva de riscos; Werner Suffert, vice-presidente Executivo Financeiro e de Relações com Investidores; e os ex-conselheiros Alexsadro Broedel Lopes, Marcos Bastos Rocha, Maria Elena Bidino, Roberto Dagnoni e Vinicius Albernaz. Procurado pelo InfoMoney, o IRB ainda não se manifestou.

No início deste mês, a peça acusatória do caso foi enviada pela área técnica da CVM para a Gerência de Controle de Processos Sancionadores (GCP), que iniciou a citação dos acusados.

A fraude contábil começou a ganhar visibilidade em fevereiro de 2020, quando a gestora de recursos Squadra Investimentos publicou uma carta aberta questionando a transparência e a qualidade dos resultados financeiros da empresa. A Squadra sugeriu que o IRB estava inflando seus lucros por meio de práticas contábeis questionáveis, o que elevou o preço das ações de forma artificial.

A situação se agravou quando, em fevereiro do mesmo ano, surgiu a notícia de que Warren Buffett, por meio da sua empresa Berkshire Hathaway, teria comprado ações do IRB. Essa informação foi utilizada pela alta administração do IRB para sustentar a confiança no mercado, mas logo se revelou falsa. Em março de 2020, a própria Berkshire Hathaway desmentiu publicamente o boato, afirmando que não tinha qualquer participação no IRB.

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Com a revelação da mentira, as ações do IRB despencaram, resultando em uma perda substancial de valor de mercado. A fraude levou à renúncia de membros da alta administração da empresa, incluindo o CEO e o CFO. O caso foi investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Ministério Público, que buscaram apurar responsabilidades sobre a divulgação de informações falsas ao mercado e as práticas contábeis irregulares.

O escândalo trouxe à tona questões sobre a governança corporativa do IRB e a necessidade de maior fiscalização e transparência, abalando a confiança de investidores e prejudicando a reputação da companhia.