Tarcísio diz que recusaria pedido de Bolsonaro para se lançar à Presidência em 2026

Governador de São Paulo indica, pela primeira vez de forma mais explícita, que pode disputar a reeleição para o Palácio dos Bandeirantes, em 2026: "Às vezes, a gente tem que dizer ‘não’ para o próprio amigo"

Fábio Matos

Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em ato na Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Reprodução/YouTube)
Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em ato na Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Reprodução/YouTube)

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Apontado como um dos principais nomes da oposição para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não pretende concorrer ao Palácio do Planalto daqui a 2 anos – nem mesmo em caso de um pedido explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Como Bolsonaro está inelegível até 2030, de acordo com decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tarcísio é um dos candidatos a herdeiro do espólio político bolsonarista – ao lado de nomes como os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Júnior (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás).

A diferença do governador paulista em relação aos demais é que Tarcísio ainda está em seu primeiro mandato em São Paulo. Ostentando bons índices de aprovação no estado, ele pode se candidatar à reeleição em 2026 e tentar o Planalto apenas em 2030, evitando um confronto direto com Lula – que já admite concorrer a um segundo mandato.

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“Eu tenho muita consideração pelo presidente Bolsonaro, muita mesmo, foi o cara que me trouxe até aqui, abriu portas e se tornou um grande amigo pessoal. Mas, às vezes, a gente tem que dizer ‘não’ para o próprio amigo”, disse Tarcísio, em entrevista à revista Exame.

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“Eu acho que tem muita gente qualificada na direita, a começar pelo próprio presidente Bolsonaro. Eu continuo acreditando que ele pode ter uma reversão da situação jurídica dele e, tendo, tem que ser ele o candidato, não há dúvida”, prosseguiu Tarcísio, especulando sobre uma possível reversão da condenação do ex-presidente na Justiça Eleitoral.

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“Porque ele [Bolsonaro] é o dono do capital político. Não sendo, vai ser quem ele indicar. E, obviamente, eu quero continuar fazendo meu trabalho em São Paulo”, completou o governador paulista, indicando que teria a intenção de se candidatar à reeleição.

Ainda segundo o governador de São Paulo, a atual gestão tem um plano de longo prazo para o estado e pretende “construir um legado”.

“Estamos sendo pautados por uma visão de Estado. É essa a força motriz desse nosso governo”, concluiu Tarcísio.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”