39 candidatos: como será a eleição presidencial no Sri Lanka?

No próximo dia 21 de setembro, 17 milhões de eleitores precisarão decidir entre esses nomes quem vai comandar o país nos próximos cinco anos

Roberto de Lira

Apoiadores do presidente Ranil Wickremesinghe se reúnem em Colombo, no Sri Lanka - 15/08/2024 (Foto: Dinuka Liyanawatte/Reuters)
Apoiadores do presidente Ranil Wickremesinghe se reúnem em Colombo, no Sri Lanka - 15/08/2024 (Foto: Dinuka Liyanawatte/Reuters)

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Que tal uma eleição presidencial com 39 candidatos? Isso vai acontecer no Sri Lanka, nação insular localizada ao sul da Índia. A Comissão Eleitoral do país informou na última quinta-feira (15) que aceitou as inscrições de todos os candidatos interessados, sendo que 22 são de partidos já conhecidos, 1 vem um partido novo e 17 são independentes.

O Sri Lanka bateu assim seu próprio recorde, uma vez que teve 35 candidatos na disputa de 2019.

No próximo dia 21 de setembro, 17 milhões de eleitores precisarão decidir entre esses nomes quem vai comandar o país nos próximos cinco anos.

Os desafios do país são comuns a várias nações com o mesmo nível de renda entre baixa e média. De acordo com a mais recente atualização de projeções feita pelo Banco Mundial, a economia do Sri Lanka deve crescer 2,2% em 2024, mostrando alguns sinais de estabilização após a severa desaceleração econômica de 2022.

Mas o país ainda enfrenta níveis elevados de pobreza, desigualdade de renda e preocupações com o mercado de trabalho.

A taxa de pobreza aumentou pelo quarto ano consecutivo em 2023 e 25,9% dos cingaleses estão vivendo abaixo da linha da pobreza. A participação da força de trabalho também sofreu um declínio, principalmente entre as mulheres e nas áreas urbanas, exacerbada pelo fechamento de micro, pequenas e médias empresas.

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Ao mesmo tempo, as famílias estão lutando com pressões inflacionárias, perda de renda e subemprego. Isso levou as famílias a se endividarem para atender às necessidades alimentares e manter os gastos com saúde e educação.

A AP lembra que a votação é vista como um referendo sobre as difíceis reformas econômicas iniciadas pelo atual presidente Ranil Wickremesinghe. Essas mudanças melhoraram os principais números macroeconômicos, mas seus efeitos ainda não chegaram a muitas pessoas comuns.

O país está no meio de um programa crítico de reestruturação da dívida e reforma financeira sob a supervisão do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Foi essa situação de crise econômica e a escassez de itens essenciais que provocaram vários tumultos em 2022, forçando o presidente Gotabaya Rajapaksa a fugir do país e depois renunciar.

O Parlamento elegeu Wickremesinghe como presidente para cobrir o tempo de mandato restante de Rajapaksa.

Wickremesinghe é candidato e deve ter como principal oponente o líder da oposição Sajith Premadasa, além do esquerdista Anura Dissanayake, com discurso contra os partidos tradicionais.

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