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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), rebateu, nesta sexta-feira (16), as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mais cedo, em entrevista a uma emissora de rádio, em que o petista reclamou das constantes queixas do tucano acerca da suposta lentidão do governo federal no repasse de recursos ao estado.
Entre abril e maio deste ano, o Rio Grande do Sul foi devastado por fortes chuvas e enchentes que destruíram centenas de municípios e deixaram pelo menos 179 mortos.
O governo federal anunciou uma série de recursos às prefeituras e ao governo gaúcho. Em entrevistas recentes, Leite vem criticando a morosidade para a liberação das verbas. O governador também teve alguns atritos com Paulo Pimenta (PT-RS), secretário extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.
“Presidente, o senhor é bem-vindo. É claro que a gente tem visões diferentes em muitas questões de governo, ideológicas e programáticas, mas, sobretudo, de minha parte e do nosso governo, há o respeito institucional a um governo eleito e à sua liderança”, afirmou Leite, dirigindo-se a Lula, no início de seu discurso.
O governador gaúcho e o presidente da República participaram da cerimônia de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, em Porto Alegre (RS).
“Nós temos de trabalhar juntos em direção ao mesmo povo, na mesma direção. Se a gente acha que tem caminhos diferentes aqui e ali, a gente senta, conversa, debate, diverge, em reuniões privadas e publicamente. Mas é sempre importante que a gente mantenha esse respeito institucional. Se é para divergir, é na bola. A gente disputa a bola, não vai na canela um do outro”, prosseguiu o governador.
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Em seguida, Eduardo Leite respondeu às críticas de Lula, feitas em entrevista à Rádio Gaúcha.
“O senhor falou que o governador está sempre insatisfeito. E me permita, relembrando aqui um pouco do enfrentamos nesses 6 últimos anos. A gente começou este governo sem ter dinheiro para pagar salário para servidor. Logo em seguida, quando as coisas começam a se equilibrar, enfrentamos uma pandemia em que tudo o que se apresentava era população de risco, gente de mais idade e com comorbidades. E o Rio Grande do Sul é o estado com a população mais idosa do Brasil”, explicou Leite.
“Quando a gente supera a pandemia, passamos pela maior seca da história do estado. A maior perda de safra que já vimos. Animais morrendo por falta de água. Foram recorrentes os ciclos de estiagens. Logo em seguida, quando começamos a nos reerguer dessa estiagem, vem essa calamidade da chuva intensa que gera perda de vidas, de patrimônio e tantas coisas”, continuou o governador gaúcho.
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“Perceba que as dores que o Rio Grande do Sul sofre há muito tempo nos fazem demandar atenção, pedir por essa população, pedir pelo nosso estado. Não é só por essa calamidade que nós enfrentamos. São recorrentes episódios que dificultam a recuperação do estado”, seguiu Eduardo Leite.
“O povo gaúcho não é mal agradecido, não é ingrato. O povo gaúcho agradece a todo apoio que recebe da sociedade brasileira e do seu governo, presidente. Nós agradecemos, mas também sabemos o que é de direito da população do estado e demandamos.”
O governador do Rio Grande do Sul disse, ainda, que o seu papel, “como governante em uma Federação, é agradecer pelo que foi feito, mas também demandar, pedir por mais”. “Tem muita burocracia e dificuldades que precisam ser superadas. Essa é a nossa demanda, esse é o nosso apelo”, disse o tucano.
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“O recurso não chegou integralmente na ponta porque foram diversas amarras no meio do caminho”, concluiu o governador Eduardo Leite, aplaudido por alguns e vaiado por outros entre os que acompanhavam o evento na plateia.
O que disse Lula mais cedo
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula afirmou: “Eu, às vezes, fico incomodado, porque o governador [Leite] nunca está contente com as coisas. Ele deveria me agradecer um dia: ‘Lula, obrigado pelo tratamento que você está dando ao Rio Grande do Sul, porque o Rio Grande do Sul nunca foi tratado assim”.
Em seguida, Lula disse que seu antecessor no cargo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não tratou o Rio Grande do Sul com respeito e não fez obras no estado durante os 4 anos de seu mandato.
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“O governador também fala todo dia: ‘é insuficiente, é insuficiente’. Tudo é insuficiente. Tudo é insuficiente porque a gente não vai atingir a perfeição nunca”, disse Lula.