Tabata Amaral: de menina-prodígio à 6ª deputada federal mais votada em São Paulo

Defesa da educação e renovação da política brasileira estão entre as principais pautas da parlamentar

Tabata Amaral
Imagem: Instagram
Nome completo:Tabata Claudia Amaral de Pontes
Data de nascimento:14 de novembro de 1993
Local de nascimento:São Paulo, capital
Formação:Graduação em Ciências Políticas pela Universidade de Harvard (EUA)
Atuação política:Deputada Federal por São Paulo (2019-2023 / 2023-atual)

Quem é Tabata Amaral?

Tabata Claudia Amaral de Pontes (PSB) é uma cientista política nascida em 14 de novembro de 1993 em São Paulo, capital. Conquistou o primeiro cargo eletivo em 2018, quando foi eleita deputada federal por São Paulo, alcançando a sexta maior votação do estado.

Filha de uma diarista e um cobrador de ônibus, foi criada na Vila Missionária, bairro do extremo sul da capital paulista. Desde cedo precisou vencer alguns desafios impostos pela origem humilde. Mais ou menos aos 8 anos, ela conta que não tinha tempo de estudar, pois chegava da escola e tinha que fazer todo o serviço da casa, e que isso mudou quando a escola passou a lhe dar apoio.

“Ao ver minha vontade de estudar, a escola começou a me pagar passagem, almoço e um quarto de hotel quando eu terminava muito tarde as tarefas”, lembra Tabata. 

A partir daí, os estudos deslancharam, e aos 11 anos ela participou da primeira Olimpíada Brasileira de Matemática para Escolas Públicas. A boa performance nas competições e na escola de forma geral garantiram uma bolsa de estudos no Colégio ETAPA.

Durante o ensino médio, a jovem ganhou dezenas de medalhas em competições nacionais de Matemática e Ciências. E também foi medalhista em cinco competições internacionais, quando integrava as equipes brasileiras no exterior.

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Formação acadêmica e defesa da educação

Tabata Amaral iniciou o curso de Física na Universidade de São Paulo (USP) e, pouco tempo depois, foi aprovada em seis universidades norte-americanas, que ofereceram bolsa integral. Em 2012 optou por Harvard, primeiramente por Astrofísica, tendo trocado o curso principal para Ciências Políticas no segundo ano de faculdade, por entender que essa área de estudo tinha mais a ver com sua história e seus projetos de vida.

Durante a faculdade, foi cofundadora do Mapa da Educação, uma rede de conexão entre jovens que trabalham pela educação, e elegeu a educação pública brasileira como tema de sua monografia. Retornou ao Brasil em 2017, com o objetivo de atuar na área.

Para Tabata, a escolha pela área é a única resposta que tem a dar a quem não teve as mesmas oportunidades que ela.

“Quando participei da primeira Olimpíada de Matemática, eu tinha muita consciência de que eu estava em uma escola incrível, mas todos os meus ex-colegas estavam em uma escola pública. Ao mesmo tempo que percebi que era pela educação que nossa vida iria mudar, senti um peso muito grande para que outras pessoas tivessem a mesma chance”, disse em seu canal no YouTube.

Ainda em 2017, junto com outros jovens que também estudaram no exterior, Tabata criou o movimento Acredito, que defendia a renovação da política brasileira. 

Em 2018, passou a focar esforços no desenvolvimento de habilidades de liderança pública, quando recebeu bolsa em cursos da RAPS e do RenovaBR. A RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade) atua na formação de líderes públicos em áreas como economia, saúde e educação. Já o RenovaBR tem o objetivo de desenvolver jovens lideranças para atuarem na esfera pública.

Vida política de Tabata Amaral

Tabata Amaral foi eleita deputada federal de São Paulo nas eleições de 2018 pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Logo em seu primeiro ano de atividade parlamentar, destacou-se como uma das principais vozes críticas à gestão do então ministro Ricardo Vélez (e seus sucessores) no Ministério da Educação.

Seus discursos tiveram grande repercussão, e lhe renderam a coordenação de uma comissão especial para estudar como o Ministério da Educação executava suas políticas públicas, ao passo que Vélez foi exonerado pouco tempo depois, em uma dança das cadeiras no MEC que durou boa parte da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com o passar do tempo, veio o desgaste na relação com o PDT. O ápice da discordância foi o voto da parlamentar a favor da Reforma da Previdência, contrariando a orientação do partido.

Em outubro de 2019, Tabata entrou com um pedido de desfiliação partidária junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a exemplo de sete outros deputados do partido, que também votaram a favor da Reforma da Previdência. A resposta positiva do TSE veio só em março de 2021, quando foi autorizada a deixar o PDT sem perder o mandato. 

Em setembro de 2021, filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), partido pelo qual conquistou o segundo mandato para o Legislativo Federal nas eleições de 2022.

Entre os projetos de lei de sua autoria que foram aprovados, estão o que cria uma bolsa para evitar a evasão de crianças no ensino médio e o que define e criminaliza a corrupção sexual. A parlamentar também é defensora do combate à chamada pobreza menstrual e autora de projeto que trata da distribuição gratuita de absorvente à população de baixa renda.