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A projeção da XP para o crescimento do PIB em 2024 é de 2,2%, mas com viés de alta por conta dos recentes indicadores, que vieram acima do esperado. Dados mais elevados do que o estimado, no entanto, pressionam a inflação.
Caio Megale, economista-chefe da XP, que comandou nesta quinta-feira (15) o Morning Call da XP, reforçou que a estimativa de crescimento da economia para o último trimestre é de 0,8% contra o primeiro trimestre do ano.
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Atividade surpreendeu
“É mais forte do que a gente imaginava um tempo atrás”, disse Megale. “Definitivamente, a atividade econômica no primeiro semestre, apesar de juros altos, continua surpreendendo para cima”, afirmou.
Por outro lado, Megale disse que isso cria uma preocupação a mais para conter os preços de produtos e serviços.
“Com uma demanda interna mais firme, a inflação demora mais a desacelerar – se é que ela está desacelerando”, disse. “Se pegar até o último IPCA (julho), está acelerando. Mas o item serviços ainda continua rodando muito alto”, comentou.
“E (produtos) industrializados começaram a subir impactado pelo aumento de custos das empresas, o que tem a ver com o câmbio se desvalorizando e os pacotes de impostos (do governo)”, acrescentou.
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Pressão na inflação
“Isso acaba pressionando a inflação, que está indo para o topo da banda (da meta). E os diretores do Banco Central têm sinalizado que subir os juros está na mesa. Então, enquanto tiver projeções acima da meta, inflação com cara de alta e o Banco Central disposto a agir, o próximo passo, muito provavelmente, será de ajuste dos juros”, afirmou.
A taxa Selic tem viés de alta nas projeções da XP. “Muito provavelmente o Copom (Comitê de Política Monetária) opte em fazer um ajuste, ainda que o resto do mundo esteja cortando (os juros), e comece a subir a Selic a partir de setembro”, comentou.
O que esperar dos EUA?
Já nos Estados Unidos, o tema de inflação está indo na direção de permitir o Federal Reserve (Fed) de cortar os juros a partir de setembro, avalia o economista da XP.
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“A grande discussão é se o Fed vai começar com passos de 0,25 p.p. ou de 0,5 p.p.”, disse.
Caio Megale ressalta que, agora, dados de atividade econômica dos EUA têm sido mais acompanhados do que os dados de inflação. Segundo ele, isso se deve porque os índices inflacionários têm andado mais perto da meta de 2%, enquanto dados como de consumo têm surpreendido para cima.
“Nossa visão é de que a desaceleração (da inflação nos EUA) é controlada, mas não tão suave. Não é uma desaceleração que espalhe pela economia, que pegue o setor financeiro e gere crise mais agudas. Parece que é uma desaceleração que se o Fed cortar os juros, consegue controlar”, avaliou.
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“Isso é um bom cenário para nós. O mundo vai se reequilibrando, o Fed e o Banco Central na Europa podem cortar os juros e ajudar os mercados aqui em termos de liquidez”, concluiu.