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O Certificado de Depósito Bancário (CDB) liderou o volume financeiro captado entre os ativos mapeados pela Anbima no período de janeiro a junho. O investimento em renda fixa ganhou R$ 113,1 bilhões no primeiro semestre, equivalente a um aumento de 13,1%, alcançando a marca de R$ 975,8 bilhões – a maior entre os produtos financeiros brasileiros.
Porém, o avanço dos CDBs não representou o maior crescimento porcentual entre os ativos. De acordo com os dados da Anbima, o ritmo de expansão foi maior entre os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com incremento de 25,5%, para R$ 78,7 bilhões, somando R$ 16 bilhões ao total no semestre.
Em seguida, vieram os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), com desempenho bastante semelhante ao dos CRIs, registrando um avanço de 22,9% no período, com ganhos de R$ 21,3 bilhões, para um total de R$ 114,3 bilhões.
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Para Ademir Correa Júnior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, o destaque dos produtos de renda fixa é um reflexo no cenário macroeconômico do país, em que os juros básicos estão no patamar de dois dígitos, em 10,5% ao ano, o que garante uma boa remuneração aos investidores, em produtos menos arriscados.
Correa Júnior destacou em coletiva com a imprensa, realizada nesta terça-feira (13), que mesmo com as mudanças do Conselho Monetário Nacional (CMN) nas emissões dos CRIs e CRAs, a demanda pelos títulos continuou alta.
“As regras do CMN limitaram as emissões dos isentos e alteraram seus prazos mínimos de carência. Isso deveria reduzir a atratividade dos papéis, mas os juros altos favorecem as remunerações dos produtos e a demanda continua alta, com investidores optando por liquidez e qualidade”, diz o presidente.
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Outro destaque dentro desta linha de renda fixa e isentos foi o avanço das debêntures, tanto as incentivadas quanto as tradicionais. As incentivadas cresceram 13,7%, equivalente a R$ 9,1 bilhões, para um total de R$ 75,1 bilhões. Já as tradicionais cresceram 22,3%, em R$ 7,9 bilhões, somando R$ 43 bilhões ao todo.
Para Correa Júnior, os investidores estão mais educados em relação aos riscos do crédito privado e têm enxergado mais oportunidade de boas remunerações de papéis seguros. “Hoje em dia acho mais difícil que desavisados entrem em crédito privado, sem saber o nível de riscos que estão comprando”, afirma.
Ações em baixa
Enquanto a renda fixa tem resultados positivos em todos os produtos, a renda variável vive o oposto. Ações, fundos de ações, fundos cambiais e multimercados são os produtos que registraram quedas no semestre.
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Os fundos cambiais tiveram o maior tombo, de 17,8%, um total de R$ 400 milhões. Fundos multimercados registraram a maior perda em volume financeiro, de R$ 26,8 bilhões.
Ações e fundos de ações caíram 1,5% e 1,6%, respectivamente. Os volumes de perdas foram de R$ 10,3 bilhões e R$ 3,9 bilhões, nesta ordem.
O presidente do Fórum de Distribuição da Anbima não vê gatilhos futuros para o segmento e acredita que os próximos passos dos investidores no mercado de capitais estão ligados às movimentações da política monetária dos EUA.