Como convenci Donald Trump a ser meu sócio em três minutos

Ricardo Bellino, empresário e dealmaker, relembra como "vendeu" ao ex-presidente dos EUA a proposta de um projeto imobiliário nos anos 2000

Ricardo Bellino

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“Você não recebe o que merece, mas o que você negocia”. Essa frase define não só a minha carreira, mas toda a minha vida como empreendedor e dealmaker. Para aqueles que acreditam que o tempo é um fator decisivo para o sucesso de qualquer negociação, deixo uma reflexão:

E se o seu próximo parceiro multimilionário lhe der apenas três minutos para vender uma ideia?

Foi exatamente isso que aconteceu comigo ao fechar um dos negócios mais rápidos e impactantes da minha carreira, com ninguém menos que Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.

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Trinta e cinco anos atrás, embarquei em uma jornada que me levaria a lugares que muitos consideravam impossíveis. De um jovem com grandes sonhos no Rio de Janeiro, tornei-me um empresário internacional, sempre em busca do próximo grande negócio. No centro de cada uma dessas conquistas, estava a habilidade de negociar, de transformar sonhos em realidade, de acelerar quando outros ainda estão ponderando.

Lembro-me claramente do dia em que me encontrei com Donald Trump em Nova York. Era 2003, e eu estava determinado a convencê-lo a participar de um projeto imobiliário inovador. Sabia que teria pouco tempo, mas não imaginei que ele me daria apenas três minutos.

“Em situações como essa, a preparação é tudo. Você não pode vacilar, hesitar ou se perder em detalhes irrelevantes. É preciso ir direto ao ponto e mostrar por que sua ideia vale a pena”

— Ricardo Bellino

Trump me ouviu com atenção, e, exatamente três minutos depois, disse: “Estou dentro”. Isso mudou tudo para mim. Não foi apenas a confirmação de um grande negócio, mas a reafirmação de que, quando está preparado, você pode fechar até negócios que parecem impossíveis.

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E sendo assim, desafiei o impossível outras vezes. Ao longo dos anos, trouxe a Elite Models para o Brasil, introduzi a primeira modelo virtual do mundo, lancei e vendi mais de 14 milhões de camisetas da campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda e fundei a Escola da Vida, um projeto que busca iluminar mentes e impulsionar o entusiasmo como a força motriz para grandes realizações.

O que aprendi em todos esses anos é que as melhores oportunidades de negócio surgem em cenários de crise, quando a maioria está paralisada pelo medo. A crise reduz a concorrência e abre espaço para aqueles que têm coragem de agir.

Walt Disney costumava dizer que adora o impossível porque lá ele tem menos concorrentes. Eu adotei essa filosofia e ela tem me guiado em cada projeto que empreendi.

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Mas o que realmente define um empreendedor? Na minha opinião, você nasce empreendedor. Não é algo que se aprende na escola ou na universidade. É a habilidade de ver oportunidades onde ninguém mais vê, de aceitar riscos que outros evitariam e de nunca, jamais, desistir após uma queda.

“Empreendedores vivem em um estado constante de bipolaridade — alternando entre o entusiasmo das conquistas e os desafios diários, sem perder o senso de humor.”

— Ricardo Bellino

Meu estilo de liderança reflete essa visão. Sou o que se pode chamar de um “lobo alpha”, mas reconheço que a força da alcateia é muito maior do que a de um indivíduo sozinho. Em minha equipe, todos precisam agir como sócios, celebrando e sofrendo nossas vitórias e derrotas com o mesmo entusiasmo. Procuro pessoas que compartilhem das mesmas crenças que eu — que não acreditam no impossível e que não aceitam “não” como resposta.

Ao longo da minha trajetória, tive a sorte de ser inspirado por grandes líderes, como meu avô Ribeiro e John Casablancas, ambos exemplos de resiliência e determinação. Com Casablancas, aprendi a arte de sonhar grande e desafiar o impossível. Recentemente, tenho me dedicado a compartilhar essas lições através de livros e palestras.

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Ao refletir sobre minha carreira, percebo que cada desafio, cada obstáculo, cada “não” que ouvi ao longo do caminho me preparou para aquele momento crucial com Donald Trump. O segredo do sucesso? Nunca subestimar a importância de estar preparado, porque você nunca sabe quando os três minutos que mudarão sua vida chegarão. E, quando chegarem, você precisa estar pronto para agarrar a oportunidade com todas as forças.

Nesta segunda-feira (12), muitos acompanharam a entrevista que Trump concedeu a Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo. Foi um encontro que reflete muito do que aprendi em 35 anos como dealmaker: no mundo dos negócios, alianças estratégicas e timing são tudo. E quando você está diante de um gigante, é preciso estar preparado — afinal, ele pode dar não mais que três minutos para sua ideia.

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Ricardo Bellino

Empresário e dealmaker