Tarcísio alfineta Lula e fala em “pessimismo” e crises geradas “espontaneamente”

Em evento, governador de São Paulo também aponta momento mais desafiador para países emergentes: "Temos que mostrar muito mais que somos bem comportados"

Marcos Mortari

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

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A uma plateia de investidores, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou, nesta segunda-feira (12), que o Brasil passa por um momento de “certo pessimismo” internacional, que não seria justificado por fundamentos econômicos. O político participou da segunda edição do Warren Institutional Day, na capital paulista.

“Existe certo pessimismo com o Brasil. De certa forma, se analisarmos fundamento, a coisa não está ruim. Ou seja, nós temos uma quantidade de reservas bastante razoável, muito superior à dívida. Vamos fazer US$ 90/100 bilhões de superávit de balança [comercial]“, afirmou.

“Então, às vezes há crises que são geradas espontaneamente por falas etc., que acabam perturbando um pouco o cenário, mas eu diria que o grande desafio nosso, do ponto de vista econômico, é o fiscal. Às vezes, o governo gasta mais do que deveria, mas é coisa que, se você mexer duas ou três alavancas, você coloca o Brasil no rumo de novo e a gente vai estar pronto para aproveitar as oportunidades”, ponderou.

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Durante sua exposição ao público do mercado financeiro, Tarcísio disse que o cenário externo é mais desafiador em meio aos sinais de “uma inflação um pouco mais resiliente do que todo mundo imaginava”, que exige uma continuidade de taxas de juros em patamares elevados por mais tempo.

“Aquilo que ninguém esperava, de repente aquela manutenção de taxa de juros alta durante um grande tempo, vemos as empresas topando pagar mais caro para produzir com sustentabilidade, as empresas pagando mais cara para diversificar sua produção geograficamente em função do susto que tomaram com o Covid, a massa salarial crescendo acima da inflação em uma série de países”, observou.

Soma-se a isso o endividamento elevado contraído por países desenvolvidos durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. “Podemos imaginar uma drenagem de liquidez internacional, um cenário um pouco mais desafiador para emergentes”, prosseguiu. “E sentimos um pouco isso na hora em que estamos lá fora tentando trazer investimento para cá. Temos que mostrar muito mais que somos bem comportados.”

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.