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Google e Meta quebraram próprias regras sobre anúncios para adolescentes, diz jornal

Empresas teriam feito um acordo de ganho mútuo, em que Google aumentava sua receita de publicidade, enquanto Meta atingia adolescentes com publicidade do Instagram

Equipe InfoMoney

Logos do Facebook e Instagram e palavras "assinatura mensal" em ilustração 19/01/2023 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Arquivo
Logos do Facebook e Instagram e palavras "assinatura mensal" em ilustração 19/01/2023 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Arquivo

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O jornal americano Financial Times noticiou nesta quinta-feira (8) que as gigantes de tecnologia Google e Meta se uniram em um acordo que violava as próprias regras sobre o tratamento de menores de idade dentro das plataformas.

Um projeto de marketing teria sido criado pelo Google para promover anúncios da Meta para usuários do YouTube entre 13 e 17 anos, direcionando-os ao Instagram.

Documentos compartilhados pelo jornal britânico indicam que a empresa tomou medidas para que a campanha fosse disfarçada, criando grupos de publicidade rotulados como “desconhecidos”, por exemplo.

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Ambos os projetos desconsideram as regras do próprio Google, que proíbem a personalização e o direcionamento de anúncios para menores de 18 anos, incluindo a veiculação de publicidade com base em dados demográficos como idade.

O jornal diz que a campanha do Google criada para a Meta já estava em desenvolvimento quando Mark Zuckerberg foi ao Congresso dos EUA, em janeiro deste ano, para pedir desculpas às famílias de crianças vítimas de exploração e abuso sexual nas plataformas da empresa, como Instagram e Facebook.

Embora sejam as maiores concorrentes mundiais em termos de plataformas de publicidade, Google e Meta conseguiram alinhar seus interesses no acordo.

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A empresa de busca precisava aumentar seus ganhos com publicidade – carro-forte de receita –, enquanto a empresa de mídia social precisava atrair o público jovem, que migrava com força para o concorrente TikTok.

A medida surtiu efeito, segundo o próprio Zuckerberg, que anunciou na teleconferência de resultados da semana passada que os esforços recentes para envolver o público mais jovem estavam dando frutos.

O programa piloto foi lançado no Canadá, entre fevereiro e abril deste ano, segundo as fontes e os documentos compartilhados com o FT. O bom resultado permitiu que se estendesse para os Estados Unidos em maio e o plano era expandir para os mercados internacionais.

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Porém, ao ser contatado pelo jornal britânico para esclarecer as informações, o Google disse que abriria uma investigação interna. A fonte do FT afirmou depois que o projeto foi cancelado.

Já a Meta afirmou que a seleção de público “desconhecido” não era uma personalização ou que ia contra qualquer regra do Google ou da própria empresa. Em nota ao FT, disse que a empresa “tem sido aberta sobre o marketing para jovens de nossos aplicativos”.