Publicidade
Quando Carlos Ricardo decidiu rebatizar sua rede de lojas de brinquedos, nada parecia mais apropriado que “Dream Store”. A alusão à “fábrica de sonhos” fundada por Walt Disney há mais de 100 anos tem um motivo: naquele momento, o dono da franquia começava a se aproximar da gigante do entretenimento para abastecer suas prateleiras.
Parece mais que apropriado para quem sonha alto: a expectativa é saltar dos atuais R$ 50 milhões de faturamento anual para R$ 300 milhões até 2029, um crescimento de 500%. As lojas? De 10 para 100 no mesmo período. Mas a missão não é simples: o crescimento da indústria de brinquedos foi de apenas 3,81% em 2024, na comparação anual.
A expectativa é de que personagens como Mickey Mouse, princesas, heróis da Marvel e os viajantes espaciais de Star Wars deem uma mão ao empresário. É que a Dream Store é uma das licenciadas da Disney (DISB34) no Brasil, o que permite o desenvolvimento de produtos com base nas propriedades intelectuais da gigante do entretenimento. Embora também comercialize brinquedos, canecas, roupas e mochilas de personagens de outros estúdios de cinema, como Warner e Universal, 60% de tudo dentro da Dream Store tem relação com a casa do Mickey Mouse.
Continua depois da publicidade
Tudo começou em 2013, quando Carlos foi convidado para dar consultoria à loja de brinquedos de um amigo em Alphaville, bairro nobre da cidade de Barueri. Dali até 2018, ele recuperou o negócio, comprou a loja – e sua principal concorrente na cidade – e deixou sua carreira com passagens por empresas como DuPont e Monsanto para se dedicar exclusivamente à venda de brinquedos.
Entre suas estratégias para salvar o negócio estava uma reconfiguração completa das lojas. Produtos passariam a ser agrupados por personagens, e não mais por categoria, isso é, Branca de Neve e seus sete anões ficam no mesmo lugar, sejam eles quebra-cabeças, pelúcias, almofadas ou canecas.
Embora crianças e adultos compartilhem o gosto por animações como Toy Story, a onda do universo geek e nerd – um público fiel e disposto a gastar dinheiro – impulsionou o modelo de loja desenvolvido por Ricardo, com grande foco nos personagens. “Começamos a chamar a atenção da Disney. Eles se perguntavam: quem é essa loja que tem comprado tantos produtos?”, conta.
Continua depois da publicidade
Apenas nos últimos 15 anos, a Disney adquiriu concorrentes como Lucasfilm, Marvel Studios e 21st Century Fox. Nada menos que franquias como Vingadores, Star Wars e X-Men expandiram o já valioso catálogo de personagens.
“Fomos a primeira empresa a abrir uma Marvel Store fora de um parque”, destaca Ricardo, ponderando que há uma outra unidade pequena na Ásia. A unidade, dentro do Shopping Dom Pedro, em Campinas, tem um mix com 80% de produtos próprios.
Para um licenciado como a Dream Store, há possibilidade de desenvolver (sob criteriosa supervisão de modelos e aprovação) produtos exclusivos da Disney. A empresa possui uma representação na China, de onde vem as principais peças – que precisam estar em lojas autorizadas pela Disney –, fabricantes na Turquia, Egito e 15% de manufatura no Brasil.
Continua depois da publicidade
Há anos, a Disney tem se distanciado do varejo físico de olho nas vendas online e frente a uma estratégia de foco nas linhas de conteúdo e experiências (como parques e cruzeiros). Em 2008, a empresa recomprou as lojas que havia vendido à The Children’s Place Retail Store, o que levou o número de operações próprias a 317 apenas nos Estados Unidos – uma sequência de fechamentos desde 2020 levou o número a 14.
Aposta em franquias
Para viabilizar o ritmo de expansão que deseja para os próximos cinco anos, a Dream Store estruturou junto à consultoria Bittencourt uma operação de franqueados. As lojas devem seguir um modelo tratado como conservador, baseado em unidades de 200 a 300 metros quadrados em shopping centers.
O investimento médio para quem quiser abrir uma unidade é de aproximadamente R$ 1,5 milhão, e a expectativa de retorno é de 32 meses. Esse caminho deve ajudar a companhia a expandir sua operação no Nordeste, região considerada desassistida na proposta de foco em personagens consagrados da Disney.
Continua depois da publicidade
Antes disso, no entanto, a empresa deve inaugurar sua presença na região com uma loja própria em Recife. A unidade na capital de Pernambuco terá 1,4 mil metros quadrados e um andar tematizado para atrações. “Uma inspiração, tentando adaptar e melhorar, é a Camp. Uma rede de lojas dos Estados Unidos que faz ativações. Teremos essas ativações bilhetadas no parque, algo que não existe no Brasil”, diz Ricardo.
Empreendedor de Alta Performance
CURSO ONLINE
Rian Tavares revela o segredo para gestão empresarial baseada em método de atletas de alto desempenho.