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Braskem aguça apetite por startups de IA – e investe em 2ª empresa americana

Oxygea, braço de investimentos da companhia, fez seu segundo investimento na Asset Watch, de manuntenção preditiva

Rodrigo Loureiro

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O setor de Corporate Venture Capital (CVC) não quer ficar fora da onda de inteligência artificial. Ainda que sem o mesmo ritmo agressivo das gestoras privadas, as empresas que possuem seus veículos de investimentos estão aos poucos fazendo investimentos nesta vertente.

Um exemplo aconteceu nesta quarta-feira (7), quando a Oxygea, braço de investimentos em tecnologia da Braskem (BRKM5), injetou US$ 1,9 milhão na startup americana Asset Watch. O aporte faz parte de uma rodada de série B de US$ 40 milhões levantada pela startup que oferece soluções de manutenção preditiva.

Vitor Moreira, da Oxygea. Crédito: Divulgação

A rodada foi liderada pela Wellington Management e contou com a participação de gestoras como G2 Venture Partners, Triangle Peak Partners, Standard Investments, Osage University Partners e JobsOhio Growth Capital Fund.

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Do lado da Oxygea, esse foi o segundo investimento do veículo de CVC da companhia, que foi montado no ano passado com US$ 100 milhões para serem investidos em companhias que atuam principalmente com a transformação digital industrial. 

A Asset Watch atraiu o olhar dos investidores por seu modelo de negócio baseado em soluções de manutenção preditiva. Por meio de mecanismos dotados de inteligência artificial, a companhia busca prever quando equipamentos como motores, bombas, ventiladores e compressores necessitam de manutenção ou de troca.

Ao fazer isso, a startup reduz os gargalos por falha. “São equipamentos que precisam de manutenção, assim como um carro precisa trocar o óleo e fazer revisão”, afirma Vitor Moreira, managing partner da Oxygea, ao InfoMoney. “Se você deixa a peça quebrar, o gasto será muito maior.”

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Ao contrário de gestoras de Venture Capital (VC) que podem visar somente o lucro com uma possível revenda da participação no futuro, um veículo de Corporate Venture Capital tem como principal preocupação investir em negócios que possam gerar sinergia com a atividade da companhia que mantém o fundo.

A Braskem, que atua na indústria petroquímica, pode se beneficiar das soluções da AssetWatch para seu próprio negócio e com serviços para terceiros. Segundo Moreira, a startup ainda não atua no Brasil, mas existe a possibilidade de fazer o negócio desembarcar por aqui no médio prazo.

Além da AssetWatch, a Oxygea investiu também na Circular.co, outra startup americana. Essa, por sua vez, utiliza soluções de inteligência artificial para auxiliar nos processos de reciclagem de plásticos. O aporte de US$ 1 milhão na operação foi anunciado em abril deste ano.

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Com o bolso cheio para investir, a Oxygea deverá acelerar os investimentos neste ano e mais aportes estão em fase de negociação. Os valores devem partir de US$ 1 milhão por investimento. Além disso, a gestora também tem projetos voltados para a aceleração e incubação de novos negócios.

“Olhamos tecnologias que tragam eficiência operacional no chão de fábrica e muitas são potencializadas por inteligência artificial”, diz Moreira. “Se antes você tinha a internet das coisas, hoje consegue aplicar essa nova inteligência para escalar o negócio de forma mais robusta.” 

Aportes recentes em IA

A Oxygea não é a única gestora de corporate venture investindo em inteligência artificial. Veículos como RX Ventures (da Lojas Renner), Eurofarma Ventures (da Eurofarma), Basf Ventures (Basf), entre outros, já injetaram capital em iniciativas deste tipo ao longo dos últimos anos.

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Um relatório da Alya Ventures com dados coletados de mais de 200 fundos de CVC em 2023 aponta que 74% das gestoras já estão com dinheiro alocado em startups de inteligência artificial. Para comparação, apenas 21% investem em cripto e Web3, enquanto cerca de 50% apostam em climate techs.

Mesmo quem ainda não investiu segue com o apetite aberto. É o caso, por exemplo, da Wayra Brasil, um dos veículos de Corporate Venture Capital da Vivo. “Há muitas oportunidades em mercados mais regulamentados, como healthtechs e legaltechs”, afirma Wana Schulze, head de investimentos da Wayra e da Vivo Ventures, os dois veículos de Corporate Venture Capital da operadora de telefonia.

Schulze afirma que as duas iniciativas de investimento passaram a mirar com mais atenção as iniciativas de IA nos últimos anos. A tendência é de que os primeiros aportes direcionados para essa vertical aconteçam ainda neste ano, sendo um feito por cada veículo.