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Enquanto big techs reforçam investimentos em IA, mercado amplia dúvidas sobre retorno

Empresas elevaram gastos com capital por inteligência artificial e viram cotação das ações caírem

Iuri Santos

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Todos os grandes provedores de processamento em nuvem, como Amazon (AMZO34), Google (GOOGL) e Microsoft (MSFT34), também viram suas ações anotarem quedas frente ao movimento de aversão ao risco nos mercados em todo o mundo nesta segunda-feira (5). Por trás dessa avaliação, resultados abaixo do esperado no segundo trimestre e um receio quanto à real capacidade de retorno dos grandes investimentos das big techs em infraestrutura para inteligência artificial generativa.

Por enquanto, a lógica destas empresas tem sido “errar para cima” no cálculo de Capex (gastos com capital, a exemplo de investimentos em infraestrutura de servidores e data centers). Em videoconferência de divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024, o presidente da Alphabet (dona do Google), Sundar Pichai, avaliou que “o risco de subinvestir é dramaticamente maior do que o risco de sobreinvestir” em uma curva de transformação como a experimentada por este mercado.

O problema é que, para os investidores, os retornos sobre esses altos investimentos ainda não estão claros. Ações de Microsoft, Amazon e Alphabet têm sido penalizadas desde que essas empresas publicaram seus últimos relatórios de resultados, nas últimas semanas. Com o pior desempenho, a Amazon, cujo serviço de nuvem é a AWS, caiu mais de 12% contados os dias posteriores à divulgação.

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“Talvez, em um ambiente macroeconômico mais positivo, o mercado passaria por cima [das incertezas sobre o retorno de investimentos em Capex], mas hoje não”, avalia Matheus Propst, sócio da Arbor Capital. O Capex da Amazon foi de US$ 30,5 bilhões no segundo trimestre, enquanto a Alphabet registrou gastos com capital de US$ 13,2 bilhões e a Microsoft, US$ 19 bilhões.

As próprias projeções das empresas de tecnologia para o próximo trimestre, mais fracas do que as expectativas do mercado, ajudaram a compor o cenário da aversão global ao risco. Na última semana, índices vinculados à Nasdaq, bolsa onde negociam as principais empresas de tecnologia, já vinha passando por reajustes.

Soma-se ao grupo das hyperscalers a Meta (M1TA34). Com receitas superiores às expectativas no semestre, a companhia de Mark Zuckerberg anunciou, inclusive, que deve expandir seus gastos com infraestrutura neste ano e no próximo.

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“Antecipamos nossos gastos com capital para o ano de 2024 em US$ 37 bilhões a US$ 40 bilhões, uma atualização frente ao intervalo previsto anteriormente, de US$ 35 bilhões a US$ 40 bilhões”, disse a CFO Susan Li durante a conferência de divulgação dos resultados. “Continuamos a refinar nossos planos para o próximo ano, esperamos um crescimento significativo de Capex em 2025 enquanto investimento para amparar nossas pesquisas em IA e esforços no desenvolvimento de produtos.”

Na avaliação de Propst, a visão das companhias é de que faz sentido uma capacidade de processadores maior que o necessário. “Isso é preferível do que ficar para trás neste momento pivotal”, avalia.

Por volta de 16h, a cotação das ações da Amazon caíam cerca de 4% neste pregão; Alphabet recuava mais de 2%; Microsoft, quase 3%; Meta perdia ao redor de 2%.

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Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.