Brasil, México e Colômbia negociam declaração conjunta sobre eleições na Venezuela

Comunicado exigiria que a Venezuela conte todos os votos e divulgue os registros de cada seção eleitoral

Bloomberg

Uma pessoa aponta para a foto do candidato da oposição Edmundo Gonzalez em uma cédula de votação, antes da eleição presidencial de 28 de julho, em Maracaibo, Venezuela, 23 de julho de 2024. REUTERS/Isaac Urrutia
Uma pessoa aponta para a foto do candidato da oposição Edmundo Gonzalez em uma cédula de votação, antes da eleição presidencial de 28 de julho, em Maracaibo, Venezuela, 23 de julho de 2024. REUTERS/Isaac Urrutia

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O Brasil está em negociações com México e Colômbia para publicar uma declaração conjunta exigindo que a Venezuela conte todos os votos e divulgue os registros eleitorais de cada seção eleitoral, de acordo com duas autoridades do governo brasileiro familiarizadas com o assunto.

Os ministérios das Relações Exteriores dos três países — todos liderados por presidentes de esquerda que historicamente mantiveram laços estreitos com Nicolás Maduro, da Venezuela — emitiram declarações na segunda-feira (29) se recusando a reconhecer o resultado das eleições de domingo até que Caracas tome medidas para garantir a transparência do processo.

No entanto, o Brasil vê uma declaração conjunta dos aliados mais próximos de Maduro na região como uma maneira de aumentar a pressão sobre seu governo, que até agora ignorou os pedidos da oposição venezuelana e da comunidade internacional para divulgar esses registros, disseram os funcionários.

Representantes dos ministérios das Relações Exteriores do México e da Colômbia não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está descontente com a situação na Venezuela e acredita que Maduro sistematicamente falhou em cumprir as promessas de transparência no processo eleitoral, disseram as autoridades, solicitando anonimato para discutir o pensamento do presidente.

Para enfatizar o descontentamento, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil ordenou que o embaixador do país em Caracas não comparecesse a uma cerimônia realizada na segunda-feira pela agência eleitoral da Venezuela para certificar o resultado. De acordo com uma contagem parcial de votos publicada pelo governo, Maduro recebeu 51,2% dos votos, em comparação com 44,2% do principal candidato da oposição, Edmundo Gonzalez.

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Na semana passada, Lula afirmou que Maduro precisava aprender que “quando se perde uma eleição, você vai embora e se prepara para disputar outra”. Ele também alertou que o futuro econômico da Venezuela dependia de uma eleição limpa com um resultado considerado legítimo pela comunidade internacional.

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