Caos nas férias: falha cibernética impacta mais de 40 mil voos ao redor do mundo

FlightAware, plataforma que monitora a situação global de voos, mostra caos em vários aeroportos

Equipe InfoMoney

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O transporte aéreo está entre os muitos setores afetados pela pane cibernética que atinge o mundo todo nesta sexta-feira (19). Ao redor do mundo são mais de 4 mil voos cancelados e quase 36,1 mil voos com atrasos diante das falhas de TI, segundo o FlightAware, plataforma que monitora a situação global do transporte aéreo de pessoas. No Brasil, a Azul afirma que voos podem atrasar e a Latam afirma que não teve impactos com a falha cibernética.

A causa está relacionada a uma falha originada na provedora de segurança cibernética CrowdStrike (CRWD), que presta serviços para a Microsoft (MSFT34).

Globalmente, as companhias aéreas começaram a retomar lentamente algumas operações no meio da manhã, após um início de dia caótico.

À Bloomberg, a United Airlines disse que iniciou algumas operações depois que todos os voos foram previamente suspensos. A Delta Airlines também retomou alguns embarques de voos, emitindo uma isenção de passagens para ajudar as pessoas a remarcar ou reorganizar seus planos. Outras companhias aéreas dos EUA suspenderam temporariamente os voos incluíram American Airlines e Spirit Airlines, segundo a FAA (Anac americana).

O problema atingiu os viajantes num dia particularmente ativo – o Reino Unido, por exemplo, preparava-se nesta sexta para o maior número de partidas diárias desde outubro de 2019, de acordo com o fornecedor de dados de aviação Cirium.

O caos ocorreu em aeroportos de todo o mundo, com hubs de Berlim, Amsterdã e Aeroporto Internacional de Delhi, na Índia, suportando o peso dos passageiros retidos no momento em que se preparavam para partir nas férias de verão.

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O InfoMoney questionou a IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos) sobre a situação e sobre orientações em casos desse tipo. Em nota, a associação afirmou apenas que compreende “as perturbações que os viajantes enfrentam diante dos problemas que estão fora do controle das companhias aéreas”.

“Como os efeitos variam de acordo com a companhia aérea, nossa recomendação aos passageiros é verificar o status do voo diretamente com a companhia aérea em que fizeram a reserva. Agradecemos aos viajantes pela sua paciência”, finaliza a IATA.

Crise pode custar caro

No aeroporto de Newark, em Nova Jersey, EUA, um dos aeroportos mais movimentados do mundo, uma mulher começou a chorar ao se sentar em frente ao portão da United. Seu voo para Phoenix foi cancelado.

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“Ninguém está dando nenhuma informação. Eu nem sei o que fazer”, disse à Bloomberg Bari Nochimson, 28 anos. Ela estava a caminho de sua despedida de solteira com outras quatro mulheres, antes de seu casamento em setembro. “Pagamos esses ingressos há meses”, disse.

Ronaldo Lemos, presidente da Comissão de tecnologia da OAB-SP, compartilhou no X o caos que vivencia neste momento. “No aeroporto de Roma tudo é caos. Bagagens perdidas e todos os voos cancelados. Ninguém sabe o que fazer”, diz. Veja:

Embora os sistemas normalmente tendam a reiniciar rapidamente, a retomada do serviço normal pode levar vários dias porque as aeronaves e as tripulações ficarão fora de posição e os centros de operações de rede ficarão offline. Especialmente os voos de longo curso cancelados, em particular, terão efeitos em cascata durante dias, chegando no pico da temporada de viagens de verão.

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E o custo financeiro do colapso não será conhecido durante algum tempo. Para as milhares de pessoas que planejavam sair de férias, a jornada começou com um caos severo e potencialmente caro.

“As perturbações e os atrasos impõem custos às companhias aéreas europeias, mesmo que não sejam obrigadas a compensar os consumidores por atrasos resultantes de ‘circunstâncias extraordinárias’”, escreveu Ruairi Cullinane, analista do RBC Capital Markets, em nota sexta-feira.

Diante do apagão e tentativas de reorganização nos aeroportos, as companhias aéreas estão entregando aos consumidores cartões de embarque à mão. “Cartão de embarque manuscrito. Obrigada Microsoft”, afirma Vagish, um estudante de medicina da Malásia, que vai viajar com a companhia aérea FireFly.

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*Com Bloomberg.