Hapvida “top pick” e Rede D’Or elevada: analistas revisam favoritas no setor de saúde

Apesar da fraqueza do setor, bancos esperam fortes resultados para Rede D'or e Hapvida

Felipe Moreira

Projeto de hospital da Hapvida (Divulgação)
Projeto de hospital da Hapvida (Divulgação)

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O Bradesco BBI mantém uma visão mais neutra sobre o setor de saúde, considerando os atuais valuations, uma dinâmica de lucros mista e crescimento lento das receitas.

Diante disso, analistas do Bradesco BBI esperam resultados fracos no segundo trimestre de 2024 (2T24) para as empresas sob sua cobertura, com Hypera (HYPE3) e RD (RADL3) sendo os destaques negativos entre os nomes de grande capitalização. As exceções devem ser Rede D’Or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3), devido, ao seu forte crescimento de lucros em relação ao ano anterior, impulsionado por menor sinistralidade.

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A Hapvida é a principal escolha do BBI com base em sua perspectiva positiva de lucros e geração de fluxo de caixa, sem riscos de recebíveis dos pagadores e um valuation atraente (12,5 vezes o múltiplo Preço/Lucro esperado para 2025). O banco também reitera uma recomendação de Compra para a Viveo (VVEO3), com base em seu valuation atrativo (ativo negocia a 3,6 vezes o múltiplo P/L esperado para 2025).


Para Oncoclínicas (ONCO3), o BBI optou por rebaixar o papel de compra para neutro e reduziu o preço-alvo de R$ 11 para R$ 8,50, com base no valuation (potencial de alta de 17%) após uma redução da estimativa do lucro por ação de 25% para 2025 (20% abaixo do consenso) e maiores riscos em relação aos recebíveis da Unimed Rio/FERJ (16% da receita).

Atualmente a Oncoclínicas está negociando a 29 vezes e 14 vezes o múltiplo P/L esperado para 2024 e 2025, respectivamente, ou um pequeno desconto de 15% para Rede D’Or, com recomendação neutra para 2025.

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Embora considere que o setor de saúde como um todo ainda esteja sob pressão – com os pagadores ainda com uma sinistralidade alta e os prestadores lidando com a deterioração do fluxo de caixa – a XP acredita que o pior já passou e vê Hapvida e a Rede D’Or bem posicionadas para buscar crescimento e lucratividade em meio à fraqueza da concorrência.

Segundo o relatório, as iniciativas tomadas pelos pagadores parecem estar dando frutos, já que a sinistralidade média do mercado tem apresentado tendência de queda e atingiu 85,9% nos 12 meses encerrados no 1T24.

Por outro lado, os prestadores viram sua lucratividade e conversão de caixa se deteriorarem, e o crescimento do mercado perdeu força. A corretora ressalta que o crescimento futuro pode permanecer tímido mesmo quando a dinâmica do setor melhorar, uma vez que considera as condições macroeconômicas e regulatórias um obstáculo para o setor.

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Com isso, a XP escolheu Hapvida como sua ação preferida no setor de saúde e manteve classificação de compra com preço-alvo de R$ 6,50.

Segundo a corretora, a companhia está apresentando grandes melhorias na sinistralidade, mesmo em comparação com o mercado em geral, que também está reduzindo os custos de assistência.

A equipe de research da XP também elevou Rede D’Or à compra e preço-alvo de R$ 40,50, uma vez que a companhia está entregando reduções de sinistralidade em seu negócio de seguros de saúde (SulAmérica), ao mesmo tempo em que mostra expansão de margem em seus hospitais.