“Efeito Taylor Swift” aparece na inflação do Reino Unido em junho

Turnê da cantora americana em cidades do Reino Unido em junho puxou para cima preços em hotéis e restaurantes, pressionando os serviços; corte de juros em agosto está em risco, dizem economistas

Roberto de Lira

Taylor Swift, durante apresentação na sua “The Eras Tour” (Foto: Christine Olsson/TT News Agency/via Reuters)
Taylor Swift, durante apresentação na sua “The Eras Tour” (Foto: Christine Olsson/TT News Agency/via Reuters)

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Taylor Swift continua a influenciar a economia global. Desta vez, ela está sendo “acusada” de ter pressionado a inflação do Reino Unido em junho, uma vez que seus fãs gastaram muito no mês, tanto em nos caros ingressos para os shows, como em hotéis e refeições. A “Eras Tour”, sexta turnê mundial da cantora americana, aportou em junho em cidades como Edimburgo, Liverpool, Cardiff e Londres.

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo ONS, o escritório nacional de estatísticas, a inflação anual global ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no Reino Unido se manteve em 2% em junho, inalterada em relação a maio, enquanto os analistas esperavam uma queda para 1,9%.

Na base mensal, o índice de preços ao consumidor subiu 0,1% em junho ante maio.

O núcleo da inflação, medida que exclui energia, alimentos, álcool e tabaco, ficou em 3,5% anuais, também estável ante maio.

A maior contribuição para a inflação veio de setores como restaurantes e hotéis e os analistas ouvidos pelo jornal The Guardian disseram que o Banco da Inglaterra (BoE) provavelmente estará mais preocupado com a inflação de serviços, que permaneceu em uma taxa anual de 5,7% em junho.

Para Luke Bartholomew, economista chefe adjunto da empresa de investimentos abrdn, o relatório de inflação de hoje manterá a decisão de juros de agosto do BC da Inglaterra no fio da navalha.

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“A força do crescimento dos preços dos hotéis é sugestiva de um chamado efeito Taylor Swift sobre os preços, mas os formuladores de políticas quase certamente analisarão esse tipo de dinâmica.

Ele acredita que a resiliências da inflação de serviços deixará o BoE se perguntando por quanto tempo a inflação permanecerá rumo à meta de 2%, uma vez que os efeitos de base favoráveis tenham passado e as pressões internas sobre os preços comecem a impulsionar a inflação global novamente.

“Os dados salariais de amanhã fornecerão mais pistas sobre essas pressões de preços, e o Banco espera ver uma maior moderação no crescimento dos salários. Por enquanto, continuamos esperando um corte de juros em agosto, mas isso exigirá que os próximos dados cooperem”, afirmou.

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Paul Dales, economista chefe para o Reino Unido da Capital Economics, ponderou que apenas uma pequena parte da inflação pode ter sido devido aos efeitos temporários dos shows de Taylor Swift. Mas ele reconheceu que as chances de um corte de juros em agosto diminuíram um pouco.

“O BoE esperava que a inflação de serviços caísse 0,2 ponto percentual em junho, o que não aconteceu. E apenas parte da inflação de serviços em junho pode ser devido à influência dos shows de Taylor Swift. Eles podem ter estado por trás de parte do grande aumento da inflação dos hotéis, de 7,0% para 9,8%”m detalhou Dales.

Ele aponta que inflação dos serviços culturais, que capturaria qualquer influência maior dos preços dos ingressos, recuou de 7,4% para 7,3%.

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Já Isaac Stell, gerente de investimentos do Wealth Club, também comentou o maior impacto ascendente veio de restaurantes e hotéis em um mês em que Taylor Swift esteve em turnê pelo Reino Unido. “O efeito Swift continua a ser um fenômeno global e pode muito bem encontrar o seu caminho nos futuros manuais de economia.”

Como efeito direto das dúvidas sobre a inflação e sobre os rumos da política monetária, a libra subiu 0,5% nesta manhã, para US$ 1,3032, seu nível mais alto desde meados de julho do ano passado. A volatilidade foi atribuída às menores chances de um corte de juros em agosto.