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A Eneva (ENEV3) se torna mais competitiva para o próximo leilão de reserva de capacidade com a compra de termelétricas do BTG Pactual, já que alguns desses ativos poderão disputar o certame e também trazem caixa imediato para a companhia reduzir sua alavancagem, disseram executivos da geradora nesta terça-feira (16).
Em teleconferência para comentar a operação anunciada junto ao banco nesta manhã, os executivos da Eneva também reforçaram sua expectativa de que o governo irá realizar ainda neste ano um leilão para contratação de mais capacidade para o sistema elétrico brasileiro.
“A expectativa que a gente tem é de que o leilão aconteça nesse segundo semestre, até por conta da necessidade que o sistema tem de contratar capacidade para fazer frente à necessidade de confiabilidade”, disse Marcelo Lopes, diretor de marketing, comercialização e novos negócios da Eneva.
A licitação, que deverá gerar oportunidades para geradores termelétricos e hidrelétricos, estava originalmente prevista para ocorrer em agosto, mas o Ministério de Minas e Energia não publicou até agora as regras finais e um cronograma atualizado.
“Quando a gente olha as demandas máximas (de potência) que aconteceram em 2023 e já estão acontecendo em 2024, mesmo em períodos mais frios… O requisito de potência e a demanda por capacidade em 2027/2028 tende a ser maior do que aquelas (estimativas) feitas com base no último estudo da EPE”, avaliou Lopes.
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A Eneva já vinha se preparando para disputar o leilão com térmicas e projetos próprios e, com a transação junto ao BTG, passará a ter em seu portfólio mais quatro termelétricas operacionais, algumas com contratos vencendo em 2025, e um novo “pipeline” de projetos de 3,3 gigawatts (GW).
A aquisição do portfólio de geração do BTG foi avaliada em R$ 2,9 bilhões, valor ainda sujeito a ajustes após diligências. Desse total, R$ 1,76 bilhão será pago em ações da Eneva, e outro R$ 1,14 bilhão, pago com recursos do “follow on” anunciado nesta terça-feira, uma oferta que poderá chegar a R$ 4,2 bilhões.
Segundo a Eneva, a oferta secundária de ações tem valor base de R$ 3,2 bilhões, com garantia firme do BTG — que já é um dos principais acionistas da geradora, com 23,3% –, e poderá contar com um lote adicional de até R$ 1,0 bilhão, a depender da demanda de mercado.
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O presidente da Eneva, Lino Cançado, destacou na teleconferência que os novos ativos elevam a capacidade instalada total da companhia a 7,2 GW e abrem um novo “cluster” de negócios no Espírito Santo, onde estão três das novas termelétricas, podendo aproveitar a interligação com a malha da transportadora de gás TAG.
“A transação traz… a aquisição de ativos que são geradores de caixa no curto prazo, justamente naqueles anos em que a Eneva tem maior a necessidade de desembolso pelo seu programa de investimentos de projetos em construção”, acrescentou o CEO.
Pelos cálculos da companhia, os novos ativos deverão permitir um aumento de sua receita líquida, para R$ 12,6 bilhões, com base em números de 2023 e condições pro-forma e pré sinergias, e do Ebitda, para R$ 6,1 bilhões.
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A companhia também estimou que sua alavancagem atingirá 2,6 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda, em base pro-forma, após a operação com o BTG e a realização do “follow on”.
“Com as duas operações que estamos pretendendo fazer, a alavancagem já vai para um patamar mais do que confortável… então esse ponto (da alavancagem elevada) vai estar mais do que superado”, disse Felippe Valverde, head de relações com investidores e M&A na Eneva.
A conclusão da operação com o BTG está prevista para ocorrer no quarto trimestre deste ano.