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Ações de mineradoras de Bitcoin disparam na Bolsa: é “efeito Trump”, diz corretora

Segundo a corretora Bernstein, um cenário ideal para a mineração de Bitcoin está emergindo porque "há maiores chances de mudança para uma política pró-Bitcoin" nos EUA

Lucas Gabriel Marins

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Os mineradores de criptomoedas enfrentaram dificuldade após o último halving, evento que cortou pela metade a emissão de Bitcoin (BTC) e, consequentemente, o valor que recebem pelo trabalho. Mas o atentado contra o ex-presidente Donald Trump, que se aproximou do setor recentemente, pode trazer novo fôlego.

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Segundo a corretora Bernstein, um “cenário goldilocks (ideal) para a mineração de Bitcoin está emergindo” porque “há maiores chances de mudança para uma política pró-Bitcoin”, o que pode ajudar os Estados Unidos a virar um “centro dominante para a mineração de BTC”, escreveram os analistas Gautam Chhugani e Mahika Sapra em nota aos clientes na segunda-feira (15).

As mineradoras de capital aberto dos EUA já sentiram o impacto. A Marathon Digital Holdings (MARA) disparou 18% no dia, para US$ 24,58, e a Riot Blockchain (RIOT) saltou 17%, para US$ 11,48. Já a CleanSpark (CLSK) avançou 15%, para US$ 18,30, e a Core Scientific (CORE) valorizou 9%, para US$ 11,14.

Os especialistas disseram que, além do setor de mineração, o “preço do Bitcoin está positivamente correlacionado com a probabilidade de uma presidência de Trump e permanecerá sensível às atualizações eleitorais”.

O Bitcoin registrou o maior ganho diário percentual em dois meses ontem, pouco depois do atentado contra o ex-presidente no fim de semana. Na manhã desta terça-feira (16), a criptomoeda era negociada a acima dos US$ 63 mil, com valorização de 2,10% nas últimas 24 horas, segundo o agregador CoinMarketCap.

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Trump e as criptomoedas

Em 2021, o Trump disse em entrevista à FoxBusiness que o Bitcoin “parece uma farsa” e deveria ser regulamentado. No último ano, no entanto, o ex-presidente fez as pazes com a indústria. Em junho, após participar de um evento com mineradores, ele disse que todas as unidades de BTC deveriam ser mineradas nos EUA.

“O Trump já entendeu a dinâmica do Bitcoin, porque sabe que é uma moeda deflacionária. Como os Estados Unidos buscam a riqueza sempre, eles querem estar à frente, e nada mais interessante do que ele incentivar as pessoas a comprarem o Bitcoin”, disse Alex Andrade, Ceo da Swiss Capital.

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Os EUA, segundo dados da Universidade de Cambridge, já são o país mais representativo entre mineradores de Bitcoin do mundo, com 37% do total, posto que era ocupado pela China, hoje na segunda posição, com 19% do mercado. O Cazaquistão aparece em terceiro, com 16,10%.

Além de se aproximar do setor, Trump ganhou uma memecoin dedicada a ele, chamada MAGA (TRUMP), e virou a celebridade do X com maior fortuna em ativos digitais. MAGA é a sigla de Make America Great Again (Torne a América Grande Novamente, na tradução para o português), slogan de sua campanha

Exposição ao setor cripto

Apesar do otimismo de especialistas, investir em criptoativos envolve riscos considerados altos, visto que há bastante volatilidade no mercado, incerteza regulatória e problemas com segurança. No ano passado, hackers embolsaram US$ 1 bi em criptos com ataques de ransomware. Por isso, segundo especialistas, é ideal estudar bem um projeto antes de alocar qualquer patrimônio.

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Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, no entanto, defende que sempre vale a pena ter alocação no setor cripto. “Quem é mais conservador coloca 1%, o moderado 2% e o agressivo 3%, 5% ou até 10%, porque você nunca vai acertar o momento certo de alocar”. Para ele, quem está começando deve optar pelas criptomoedas mais estabelecidas, como Bitcoin e Ethereum (ETH).