Premiê da Hungria conversa com Trump sobre “missão de paz”

Premiê húngaro e ex-presidente dos EUA discutiram "possibilidades de paz" na Ucrânia enquanto Orbán pressiona por um cessar-fogo

Reuters

Orbán se reúne com Trump na Flórida, em foto obtida de rede social
11/07/2024
Viktor Orbán via X/via REUTERS
Orbán se reúne com Trump na Flórida, em foto obtida de rede social 11/07/2024 Viktor Orbán via X/via REUTERS

Publicidade

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, reuniu-se com Donald Trump na quinta-feira (12) e os dois discutiram as “possibilidades de paz”, disse um porta-voz do primeiro-ministro, enquanto Orbán pressiona por um cessar-fogo na Ucrânia.

Trump, o ex-presidente republicano que está concorrendo novamente à Casa Branca nas eleições de novembro, e Orbán se encontraram na residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, “como a próxima parada de sua missão de paz”, disse o porta-voz de Orbán. “A discussão foi sobre as possibilidades de paz.”

“Obrigado, Viktor. É preciso haver PAZ, e rapidamente. Muitas pessoas morreram em uma guerra que nunca deveria ter começado!” Trump publicou mais tarde, à meia-noite, em sua plataforma de mídia social, sem oferecer detalhes.

A estratégia mais inteligente para buscar ganhos consistentes no longo prazo, mesmo sendo um investidor iniciante, segundo a especialista em investimentos Clara Sodré 

O líder nacionalista Orbán, um apoiador de longa data de Trump, fez visitas surpresa a Kiev, Moscou e Pequim nas últimas duas semanas em uma autodenominada “missão de paz”, irritando os aliados da Otan.

Em particular, sua reunião em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, irritou alguns membros da Otan, que disseram que a viagem deu legitimidade a Putin quando o Ocidente quer isolá-lo por causa de sua guerra na Ucrânia.

Continua depois da publicidade

O Kremlin disse nesta sexta-feira (12) que Orbán não havia informado Putin sobre seus planos de se reunir com Trump, e que Putin não transmitiu nenhuma mensagem a Trump por meio de Orbán.

O primeiro-ministro húngaro viajou para Kiev antes de visitar Moscou, mas não contou ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, sobre sua missão na Rússia, disse Zelenskiy na quinta-feira, descartando a ambição de Orbán de bancar o pacificador.

“Nem todos os líderes podem fazer negociações. É preciso ter algum poder para isso”, disse Zelenskiy em uma coletiva de imprensa durante uma cúpula da Otan em Washington.

Continua depois da publicidade

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, quando perguntado sobre a iniciativa de Orbán, disse que a Ucrânia estaria corretamente preocupada com qualquer tentativa de negociar um acordo de paz sem envolver Kiev.

“Qualquer iniciativa aventureira que esteja sendo realizada sem o consentimento ou apoio da Ucrânia não é algo consistente com nossa política, a política externa dos Estados Unidos”, disse Sullivan.

A autodenominada missão de paz de Orbán também irritou muitos membros da União Europeia. A Hungria assumiu a presidência rotativa do bloco neste mês.

Continua depois da publicidade

A embaixada húngara em Washington não quis comentar sobre a reunião com Trump.

Orbán participou da cúpula da Otan desta semana, que teve como anfitrião o presidente democrata Joe Biden, que está buscando a reeleição em um novo confronto contra Trump e tem liderado o apoio à Ucrânia. A delegação da Hungria expressou oposição a posições-chave da Otan, embora não tenha impedido a aliança de agir.

O ministro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, disse à Reuters na quarta-feira que a Hungria acredita que um segundo mandato de Trump aumentaria as esperanças de paz na Ucrânia.

Continua depois da publicidade

Orbán esperava pôr fim à guerra por meio de conversações de paz envolvendo a Rússia e a Ucrânia, de acordo com Szijjarto.

Trump disse que acabaria com a guerra rapidamente. Ele não ofereceu um plano detalhado para isso, mas a Reuters noticiou no mês passado que assessores do ex-presidente haviam apresentado a ele um plano para acabar com a guerra, em parte, condicionando a futura ajuda a Kiev à adesão da Ucrânia às negociações de paz.