Eletrobras protocola oferta de ações da Cteep e TRPL4 cai 4%; “pressão deve seguir”

A oferta das inicial será de 60 milhões de ações, mas ela poderá ser acrescida em 116,7% (70 milhões de ações) para atender eventual excesso de demanda. A fixação do preço está prevista para 18 de julho

Equipe InfoMoney

Logo da Eletrobras. Foto:
(REUTERS/Brendan McDermid)
Logo da Eletrobras. Foto: (REUTERS/Brendan McDermid)

Publicidade

A Eletrobras (ELET3;ELET6) protocolou nesta sexta-feira (12) registro para oferta secundária de até 130 milhões de ações preferenciais que detém da ISA Cteep (TRPL4), operação que está alinhada à sua estratégia de simplificação de portfólio e alienação de participações minoritárias e não estratégicas. Nesta sexta, os ativos TRPL4 caíram 4,24%, a R$ 25,95, enquanto ELET3 subiu 1,27% (R$ 39,10) e ELET6 avançou 1,03% (R$ 43,32).

A oferta das inicial será de 60 milhões de ações, mas ela poderá ser acrescida em 116,7% (70 milhões de ações) para atender eventual excesso de demanda. A fixação do preço está prevista para 18 de julho.

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita 

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

Considerando o preço de fechamento dos papéis na véspera, de R$ 27,10, a operação pode movimentar mais de R$ 3,5 bilhões se for colocado o lote adicional.

A oferta tem como coordenadores Citigroup (coordenador líder), Itaú BBA, Safra e XP.

Dona de 35,74% do capital da Cteep, a Eletrobras chegou a lançar no ano passado uma oferta para vender sua participação na ISA Cteep, mas retirou-a da rua.

Continua depois da publicidade

Neste ano, a elétrica conseguiu “waiver” de debenturistas para avançar com transações de vários tipos, como transferências de ativos e alteração de controle de subsidiárias, o que deve permitir a retomada desse processo.

Executivos da transmissora haviam afirmado anteriormente que a operação era vista internamente com “bons olhos”, uma vez que tenderia a valorizar os papéis da companhia e permitir mais liquidez das negociações.

O JPMorgan aponta que, se a Eletrobras vender a base e oferta complementar, a Eletrobras ainda vai deter 80 milhões de ações TRPL4 a serem desinvestidos no futuro. “Acreditamos que a venda por etapas é uma estratégia para maximizar valor, caso contrário, o overhang sobre TRPL4 seria muito grande”, aponta o banco, que tem recomendação equivalente à compra para ELET3 e ELET6 e equivalente à venda para TRPL4.

Continua depois da publicidade

“A Eletrobras estaria trabalhando nesta oferta há meses. A justificativa é vender um ativo não essencial (TRPL4 é contabilizado pelo resultado de equivalência patrimonial) que está razoavelmente bem precificado pelo mercado, o que deverá contribuir para a reavaliação da Eletrobras. Além disso, acreditamos que o dinheiro arrecadado pode ajudar a Eletrobras a financiar o capex ou cumprir com as obrigações do balanço”, avalia o banco.

A TRPL4 está sendo negociada atualmente a 7% de TIR (Taxa Interna de Retorno) real, enquanto ELET3 está sendo negociado a 16% de TIR, o que significa que a alienação deverá agregar valor para a Eletrobras, segundo o banco. A oferta levou mais tempo do que o esperado porque essas ações estavam bloqueadas em depósitos judiciais. “Esta oferta não é uma surpresa, mas consideramos positivo que finalmente esteja ocorrendo”, avaliam os analistas.

O banco lembra que, no ano passado, TRPL4 caiu consideravelmente entre setembro e outubro, atingindo R$ 19,42 por ação em 31 de outubro, refletindo a iminência da oferta da Eletrobras. O adiamento da oferta desencadeou um short squeeze (com cobertura das posições vendidas). Como os analistas pensaram que a operação seria apenas uma questão de tempo, mantiveram recomendação equivalente à venda.

Continua depois da publicidade

“Nós achamos que essa operação irá enfraquecer as ações TRPL4, uma vez que representa 32% do classe de ações, e o overhang (pressão sobre os papéis) deve continuar, pois acreditamos que a Eletrobras passará para vender a participação restante mais tarde”, aponta.

(com Reuters)