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A aliança de esquerda da França e o bloco centrista do presidente Emmanuel Macron buscavam reunir propostas rivais para formar um governo, enquanto a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, disse nesta quarta-feira (10) que a culpa pelo impasse político era diretamente de Macron.
O resultado da eleição de domingo, na qual a Nova Frente Popular (NFP), de esquerda, se beneficiou com uma conquista surpreendente, mas nenhum grupo obteve maioria absoluta, mergulhou a França na incerteza, sem um caminho óbvio para um governo estável.
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Para complicar ainda mais a situação, os líderes de cada campo discordam sobre com quem entrar em contato para tentar chegar a um acordo. As tensões dentro dos partidos também cresceram à medida que os membros lutam por influência na reconstrução de um cenário político destruído pela eleição antecipada.
E qualquer governo – de esquerda, de centro ou de uma coalizão mais ampla – poderá ser rapidamente vítima de um voto de confiança da oposição se não tiver garantido um apoio sólido suficiente.
“Hoje, nos encontramos em um atoleiro, já que ninguém consegue saber de que posição virá o primeiro-ministro ou que política será adotada para o país”, disse a líder da extrema-direita Marine Le Pen aos repórteres ao chegar ao Parlamento.
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Le Pen condenou os acordos pré-eleitorais que, segundo ela, mantiveram seu partido Reunião Nacional (RN) fora do poder.
Macron, cujo mandato termina em 2027, convocou a votação parlamentar depois que seu partido foi derrotado pela extrema-direita nas eleições da União Europeia no mês passado e disse que isso esclareceria o cenário – o que não aconteceu.
“Para dizer o mínimo, isso não é um grande sucesso para Emmanuel Macron”, ironizou Le Pen.
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Em meio às advertências das agências de classificação de risco, os mercados financeiros, a Comissão Europeia e os parceiros da França na zona do euro estão todos observando atentamente para ver se o impasse pode ser resolvido.
Alternativas
Seria normal que Macron convocasse o maior grupo parlamentar para formar um governo, mas nada na constituição o obriga a fazer isso.
As opções incluem uma ampla coalizão e um governo minoritário, que aprovaria leis no Parlamento caso a caso.
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Fontes políticas disseram à Reuters que os telefones estão tocando constantemente, com alguns centristas esperando agora que possam chegar a um acordo com os conservadores e deixar a esquerda de fora.
“Acho que há uma alternativa à Nova Frente Popular”, disse Aurore Bergé, uma parlamentar sênior do grupo de Macron, à France 2 TV. “Acho que os franceses não querem que a plataforma da NFP seja implementada, acho que eles não querem aumentos de impostos.”
“Somos os únicos que podem ampliar (nossa base)”, afirmou ela.
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Enquanto isso, os líderes de esquerda também apareceram para enfatizar que, tendo vencido a eleição, eles deveriam comandar o governo. Mas sem um acordo ainda sobre quem poderia ser o primeiro-ministro, eles agora enfrentam uma concorrência crescente da direita e do centro.
Carole Delga, do Partido Socialista, ressaltou que a esquerda, por si só, não pode governar e deve estender a mão a outros – mas com base no programa de impostos e gastos da NFP.