Conteúdo editorial apoiado por

Biden ataca em artigo os preços abusivos do Ozempic e do Wegovy e pede redução

Em artigo coescrito com o senador Bernie Sandres, Biden diz que não é justo que os americanos paguem até seis vezes mais pelos medicamentos; segundo ele, os programas de saúde estão em risco com essa prática

Roberto de Lira

Caixas de Ozempic, droga usada para o tratamento de diabetes produzida 
 pela Novo Nordisk (Foto: George Frey/Reuters)
Caixas de Ozempic, droga usada para o tratamento de diabetes produzida pela Novo Nordisk (Foto: George Frey/Reuters)

Publicidade

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou fortemente em um artigo nesta semana os preços “abusivos” praticados por grandes farmacêuticas pelos mais recentes medicamentos para combate ao diabetes e à obesidade. Ele citou especialmente o Ozempic e o Wegovy, da Novo Nordisk, e o Mounjaro, da Eli Lilly.

Biden está num momento de extrema pressão por estar atrás do concorrente republicano Donald Trump nas pesquisas da eleição presidencial e sofrendo fortes críticas em relação à sua idade e acuidade mental após um desempenho decepcionante num debate com Trump transmitido pela CNN na semana passada.

No artigo, coescrito pelo senador independente Bernie Sanders para o jornal USA Today, é dito que os americanos precisam pagar até seis vezes mais pelo Ozempic e o Wegovy altos do que os consumidores  no Canadá, Alemanha, Dinamarca e outros países. O custo de um medicamento prescrito do hormônio GLP-1 é de aproximadamente US$ 1.100 por mês nos EUA.

Continua depois da publicidade

“Por que as pessoas em Burlington, Vermont, pagam muito mais do que as pessoas em Copenhague ou Berlim pela mesma droga?”, perguntam o presidente e o senador no artigo.

Para os autores do texto, essas desigualdades se tornam ainda mais gritantes quando as margens de lucro da empresas envolvidas são examinadas. “Em março, um estudo de pesquisadores da Universidade de Yale descobriu que esses medicamentos poderiam ser fabricados de forma lucrativa por menos de US$ 5 por mês, ou US$ 57 por ano”, afirmam.

No artigo, é lembrado que os cientistas da Novo Nordisk merecem grande crédito pelo desenvolvimento dessas drogas, que têm o potencial de ser um divisor de águas para pessoas em todo o mundo que lutam contra o diabetes tipo 2 e obesidade.

Continua depois da publicidade

“Mas, por mais importantes que esses medicamentos sejam, eles não farão bem para os milhões de pacientes que não podem comprá-los”, argumentam.

Sistema de saúde em risco

Também é afirmado que, se os preços desses medicamentos não forem substancialmente reduzidos, eles têm o potencial de levar à falência o sistema de saúde americano.

No cálculo de Biden e Sanders, se metade dos adultos com obesidade tomassem Wegovy e os outros novos medicamentos para perda de peso, isso poderia custar US$ 411 bilhões por ano – US$ 5 bilhões a mais do que os americanos gastaram com todos os medicamentos prescritos no balcão das farmácias em 2022.

Continua depois da publicidade

“Se metade de todos os beneficiários do Medicare e do Medicaid que são obesos tomassem Wegovy e outros medicamentos para perda de peso, o Medicare e o Medicaid poderiam gastar US $ 166 bilhões por ano, rivalizando com o que os dois programas federais de saúde gastaram em todos os medicamentos de prescrição de varejo em 2022”, afirmam.

“Isso não é moralmente responsável ou fiscalmente responsável”.

O artigo destaca que, ano após ano, enquanto muitos americanos lutam para comprar os medicamentos de prescrição de que precisam, a indústria farmacêutica obtém enormes lucros.

Continua depois da publicidade

“Na verdade, 10 grandes empresas farmacêuticas lucraram mais de US$ 110 bilhões no ano passado. Em 2023, por exemplo, a Novo Nordisk lucrou mais de US$ 12 bilhões, em parte cobrando dos americanos mais de US$ 1.000 por mês por um medicamento prescrito que pode ser fabricado de forma lucrativa por menos de US$ 5”, repetem.

“Isso não é ter um retorno razoável do investimento. Isso é manipulação de preços. Isso é ganância corporativa”, definem.

O artigo conclui que, se a Novo Nordisk e outras empresas farmacêuticas se recusarem a reduzir substancialmente os preços dos medicamentos prescritos no país e acabar com sua ganância, será feito de tudo o que estiver ao alcance para acabar com isso por eles.

“A Novo Nordisk deve reduzir substancialmente o preço de Ozempic e Wegovy. Como americanos, não devemos descansar até que todas as pessoas em nosso país possam pagar os medicamentos prescritos de que precisam para levar vidas saudáveis, felizes e produtivas.”

Resposta da Novo Nordisk

A Novo Nordisk rebateu as afirmações ontem, a pedido do site Politico. A empresa alegou que estava “desapontada que um problema muito difícil e complexo esteja sendo simplificado e descaracterizado para fins políticos”.

“Cada país tem seu próprio sistema de saúde e fazer comparações isoladas e limitadas ignora essa preocupação fundamental”, disse um porta-voz da empresa por e-mail.

Segundo o laboratório, o preço da Ozempic “diminuiu aproximadamente 40% desde o lançamento e mais de 80% dos americanos com seguro pagam apenas US$ 25 ou menos por mês” pelo medicamento.

Empreendedor de Alta Performance

CURSO ONLINE

Rian Tavares revela o segredo para gestão empresarial baseada em método de atletas de alto desempenho.