La Niña ameaça América Latina com furacões e secas, dizem especialistas

Especialistas disseram que o La Niña poderia causar uma repetição de secas históricas na América do Sul, semelhantes às registradas entre 2020 e 2023

Reuters

Pássaro em lagoa seca em Navarro, província de Buenos Aires, na Argentina (Foto: Agustin Marcarian/ Reuters)
Pássaro em lagoa seca em Navarro, província de Buenos Aires, na Argentina (Foto: Agustin Marcarian/ Reuters)

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Santiago (Reuters) – A América Latina e o Caribe devem se preparar para a chegada do La Niña, o padrão climático que alimenta uma temporada de furacões altamente ativa no Atlântico e uma maior variabilidade climática em toda a região, disseram especialistas na terça-feira (2).

A Organização Meteorológica Mundial organizou um webinar sobre a ameaça do La Niña enquanto o furacão Beryl, o primeiro furacão da temporada atlântica de 2024 e a primeira tempestade já registrada na área a atingir o nível máximo de categoria 5 da Escala Saffir-Simpson, atravessa o leste do Caribe.

O La Niña, um padrão climático que começa com temperaturas oceânicas mais frias do que o normal no Pacífico equatorial central e oriental, é associado a enchentes e secas, bem como a um aumento na frequência de furacões no Caribe.

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“Novamente, agora, (estamos em) uma transição para o fenômeno La Niña”, disse José Luis Stella, do Centro Climático Regional para o Sul da América do Sul, alertando que o La Niña ameaça trazer “rápida variabilidade” a um clima já extremo.

Na terça-feira, os especialistas disseram que o La Niña poderia causar uma repetição de secas históricas na América do Sul, semelhantes às registradas entre 2020 e 2023.

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“Acabamos de passar por três anos com um evento La Niña bastante prolongado que trouxe (…) secas históricas, com grande impacto e, em seguida, uma transição bastante rápida para o El Niño”, disse Stella.

Na América Latina, tanto o La Niña quanto o El Niño, que envolvem um aquecimento da superfície do Oceano Pacífico tropical e podem afetar os ventos da corrente de jato sobre o Pacífico, tiveram impactos onerosos sobre as economias regionais, prejudicando culturas como trigo, arroz e milho.

Ambos os padrões tendem a durar de nove a 12 meses e geralmente ocorrem a cada dois a sete anos, embora não tenham um calendário regular.