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Alison Correia começou no mercado financeiro em 2003. Naquela época, o pregão era no viva voz. “Eu ficava na mesa de operações, escutando o pregão. Depois de tanto insistir com meu chefe, fui fazer operação no viva voz dentro da Bolsa, passando primeiro como auxiliar”, relembra.
O trader foi o convidado do episódio 6 do GainCast Trade Show. Ele conta que quando acabou o pregão da Bolsa no viva voz, em 2009, viajou, deu um tempo do mercado, mas logo retornou.
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Adaptação à nova realidade
“Tinha vantagem que era muito novo. Consegui me adaptar à nova realidade porque a tecnologia fazia parte da minha geração”, conta ele, que voltou na época a trabalhar em uma corretora. “Perdi muito dinheiro no eletrônico, mas depois fui percebendo que o mercado era o mesmo. A essência de comprar e vender era a mesma”, recorda.
Alison Correia fez sucesso como trader operando com análise de fluxo. “Cerca de 90% das pessoas entram no mercado com análise técnica porque tem muita obra literária para a galera se embasar, muita referência”, diz. “É muito difícil a gente teorizar o tape reading (técnica de acompanhamento pela análise de fluxo das negociações)”, reconhece.
Há cerca de quatro anos, o trader foi empreender no mercado financeiro, e foi cofundador da Top Gain, onde é CEO. “A gente montou uma assessoria de investimentos para continuar fazendo o que vinha realizando na XP (seu trabalho anterior)”, explica.
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Ferramentas de proteção
O trader acha que hoje o mercado mudou bastante e há facilidades com ferramentas que ajudam a se proteger de riscos. Alison Correia gosta de operar com mercados futuros, de dólar e de índice.
“Claro que a gente vai avançar com nossos próprios erros, mas hoje em dia ninguém precisa mais ‘quebrar’ para aprender a operar na bolsa”, afirma. “Hoje, se evita um dia de fúria, porque a plataforma (de operação) consegue te bloquear. Só tem dia de fúria se quiser”, acrescenta.
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Para ele, “o trader profissional é flat (comportamento linear) e sabe lidar com a perda e com o ganho”. Alison crê que se precisa de gestão de dinheiro eficiente na operação “para o psicológico não ficar abalado nos dias de perda”.
Trader precisa aprender com perda
“As pessoas pecam muito no começo por não ter essa programação financeira. Primeira coisa que precisa aprender é que elas vão perder. Se vou perder, quanto posso perder? Quanto de reserva financeira eu tenho que ter? Se as pessoas enxergam dessa maneira, não dói tanto”, avalia.
”Agora quando você coloca a única coisa que você tem, vai doer, vai machucar, é uma conta de casa que vai deixar de pagar”, analisa. “O problema não é perder, mas não saber o que está fazendo”, complementa.
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O trader conta que seu estilo operacional é o mesmo desde os 18 anos, quando começou trabalhando no mercado financeiro. “A forma de operar é a mesma, a técnica é exatamente a mesma”, diz.
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Importância do manual
“O que eu adicionei foram algumas janelas. Por exemplo, gosto muito de operar índice futuro. Coloco as blue chips (ações de primeira linha), as empresas que têm mais peso para ver se elas estão virando, para saber se vai impactar no Ibov, no índice futuro”, analisa.
“Sempre fiz isso muito no olho. Hoje se tem a composição dos índices (demonstrativo eletrônico dos papéis que têm mais impacto no Ibovespa). Isso ajudou bastante. São coisas que adicionei. Isso me leva a uma confirmação que já sei ler no fluxo”, ensina.
Segundo Alison, dificuldades e erros devem fazer parte do arquivo operacional do trader. “Quando falo isso, é para montar mesmo um manual, o que fez de melhor. Talvez não se lembre mais disso depois, então escreva. Os erros também. Tenha seu próprio manual.
Quanto mais se faz isso, mais se assimila. É uma maneira para se blindar”, ensina.
“O erro das pessoas é de querer que o resultado (da operação) venha logo. O mercado é muito sedutor nisso”, diz.
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