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No próximo mês, a economia dos Estados Unidos irá comemorar um aniversário que não ocorre há muito tempo: um ano com os juros na faixa de 5,5%. O dia 27 de julho marcará um ano do último aumento deste ciclo altista do Federal Reserve (banco central dos EUA).
Por que isso é importante? Porque ainda há investidores céticos em relação ao efeito do aumento das taxas no último ano, diz John Lloyd, gestor de portfólio da Janus Henderson. Segundo ele, a abordagem cautelosa para a posição em renda fixa americana sugere que “muitos acreditam que ainda estamos num ciclo de subida”.
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Entretanto, no mercado de ações a abordagem tem sido diferente. O rali dos índices indica uma visão de adoção da teoria de pouso suave do Fed. No último ano, de junho/23 a junho/24, a alta do S&P 500 foi de 25,7%.
“Apesar do rali do mercado de ações, o dinheiro continua a fluir — e permanece estacionado — para contas remuneradas e fundos de curto prazo [money market funds]. O total já supera US$ 6,3 trilhões, maior do que em qualquer momento da história”, diz Lloyd.
Para ele, embora esses trilhões de dólares tenham lucrado passivamente 5,5% no último ano, rendimentos maiores foram perdidos: “25% do S&P 500 foram perdidos para ganhar 5,5%. Uma carteira equilibrada com 60% em ações e 40% em títulos do governo rendeu quase 11% no mesmo período. É um prêmio considerável em relação a contas remuneradas”, afirma o gestor.
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Para ele, os investidores podem estar tentados a “contentar-se” com esse rendimento pelo custo de oportunidade — afinal, desde 2001 as taxas dos Estados Unidos não estacionam em um rendimento tão alto. Porém, há possibilidades no horizonte que Lloyd afirma que deveriam estar no radar.
Olhando adiante
Segundo o gestor da Janus Henderson, nem todas as classes de ativos já passaram por seu rali. “Notavelmente, o núcleo da renda fixa americana ainda não subiu, em grande parte porque as taxas de juros continuam dentro dos limites.”
Lloyd explica que, apesar do pivô da política restritiva do Fed em dezembro de 2023, o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro americano estão 0,5% mais elevados agora do que quando o banco central fez seu último aumento das taxas.
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“Existem atenuantes para isso, como a rigidez na inflação nos últimos meses e a espera potencialmente mais longa dos cortes. No entanto, as condições para que os Treasuries tenham um desempenho superior no futuro estão postas”, afirma.
O gestor afirma que os preços das taxas ainda não passaram por ajustes para refletir esse movimento de queda dos juros no futuro, “criando uma oportunidade para os investidores”.
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O destaque seriam os títulos de longo prazo, que Lloyd classifica como os mais beneficiados com a queda dos juros, uma vez que seus preços sobem quando as taxas caem, enquanto os rendimentos permanecem bloqueados até o vencimento.
“Quando o Fed começar a cortar os juros, os preços dos títulos se valorizarão à medida que os rendimentos de novos papéis diminuírem, enquanto o rendimento de contas remuneradas cairá sem valorização nenhuma”, diz o gestor de portfólio da Janus Henderson.
Investindo do Brasil
Algumas corretoras brasileiras oferecem a possibilidade de investir diretamente nos Treasuries dos Estados Unidos. Para isso, é necessário ter uma conta de investimentos internacional, enviar remessas em real para converter em dólares e, então, comprar o ativo.
De modo geral, o valor mínimo para comprar um título soberano dos EUA é de US$ 1 mil. Porém, isso pode ser diferente em cada plataforma.
Outra possibilidade são os fundos de índice (ETFs) que oferecem valores mais acessíveis e diferentes formas de exposição. Há opções que investem somente em Treasuries e dentro de uma faixa de vencimento, de 7 a 10 anos, por exemplo.
Veja como investir na renda fixa americana.