Nome completo: | Gustavo Henrique de Barroso Franco |
Data de nascimento: | 10 de abril de 1956 |
Local de nascimento: | Cidade do Rio de Janeiro |
Formação: | Economista e mestre em Economia pela PUC-RJ, doutor em Economia pela Universidade de Harvard (EUA) |
Ocupação: | Consultor e sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos |
Quem é Gustavo Franco?
Gustavo Franco é um economista que integrou a equipe de criação do Plano Real, o conjunto de medidas que pôs fim à hiperinflação do Brasil nos anos 90.
Seu início na vida pública foi em 1993, durante o governo do presidente Itamar Franco, como secretário adjunto do ministério da Fazenda e diretor de Assuntos Internacionais. No governo de Fernando Henrique Cardoso, presidiu o Banco Central entre agosto de 1997 a março de 1999.
Antes disso, o economista já era bastante reconhecido na comunidade acadêmica, tendo atuado como pesquisador e professor do departamento de Economia da PUC-Rio. Seus estudos tinham três principais focos: inflação, história econômica brasileira e comércio internacional.
Em 1989, Gustavo Franco filiou-se ao PSDB, tendo saído da legenda em 2017 para ingressar no Partido Novo, onde está até hoje.
É casado com Cristiana Mafra de Laet de Barroso Franco, com quem tem quatro filhos.
Origem e formação acadêmica
Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 10 de abril de 1956, Gustavo Henrique de Barroso Franco é filho único de Gustavo Arinos Franco e Maria Isabel Barbosa de Barroso Franco. Seu pai, que também era economista, foi funcionário de carreira do Banco do Brasil e chefe do gabinete do Ministério da Fazenda nos anos 40, além de ter sido também secretário particular de Getúlio Vargas. Após a morte de Vargas, Arinos Franco foi para a iniciativa privada e acabou se tornando sócio minoritário do Banco Garantia, posteriormente vendido para o Credit Suisse First Boston.
Gustavo seguiu os passos do pai, e começou a cursar Economia na PUC-Rio, tendo concluído a graduação em 1979. Imediatamente, seguiu com o mestrado na mesma instituição. Sua tese foi aprovada com louvor, e lhe rendeu o Prêmio BNDES de Economia em 1983.
O economista decide então aprofundar ainda mais os estudos, e segue para um doutorado nos EUA, na Universidade de Harvard, EUA. No exterior, especializou-se em história econômica e economia internacional, e novamente foi reconhecido. Dessa vez, recebeu da ANPEC (Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia) o Prêmio Haralambos Simeonidis para a melhor tese em Economia.
Em setembro de 1986, Gustavo Franco retornou ao Brasil direto para o Departamento de Economia da PUC-Rio, assumindo como professor e pesquisador. Na época, o Brasil estava adotando o Plano Cruzado, um dos vários planos de estabilização econômica que o Brasil adotaria antes do Real, e que não tiveram êxito.
A bagagem acadêmica do economista ajudou bastante nos anos que viriam. Em entrevista ao Banco Central, em 2019, Gustavo disse ter estudado profundamente a história da hiperinflação na Alemanha e em outros países, e sabia que as sequelas desse tipo de crise eram terríveis.
“A experiência de hiperinflação no Brasil era inconcebível, pois não havíamos tido nenhuma guerra ou catástrofe como em outros países. O que estava tão errado no Brasil para que convivêssemos com uma inflação como a da Alemanha do pós-guerra, da Áustria e da Polônia?”, questionava o economista.
Início na vida pública
Gustavo Franco permaneceu como professor da PUC-Rio até maio de 1992, quando então foi convidado para assumir o cargo de Secretário Adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Em outubro de 1993, foi nomeado Diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, cargo que ocupou até meados de 1997.
“A inflação era o grande desafio da minha geração de economistas, e também de umas três anteriores e das três posteriores. Era o dragão que todos queriam matar. Todos esses profissionais cresceram, se formaram à sombra dessa doença”, disse em entrevista ao BC.
Gustavo lembra que, quando ingressou na vida pública, os economistas costumavam brincar que as tentativas de estabilização pareciam uma loteria.
“Ficávamos aguardando quais seriam os próximos economistas sorteados para o plano seguinte. Depois do Plano Collor, houve o Collor II, o quinto congelamento em cinco anos, e foi um plano interrompido logo no início”.
O Plano Real
Em maio de 1993, Fernando Henrique Cardoso assume como Ministro da Fazenda de Itamar Franco, e começa a formar a equipe responsável pelo Plano Real.
Diferentemente dos planos de estabilização que o antecederam, o Real não foi uma medida econômica repentina, pois sua implementação se deu em três etapas bem definidas. Segundo Gustavo, a preocupação dessa vez era primeiro endereçar as pré-condições para que a estratégia funcionasse.
Primeiro, veio o ajuste fiscal, que buscava equilibrar as contas públicas. Depois, a criação da URV (Unidade Referencial de Valor), um indexador idealizado nos anos 80 por Persio Arida e André Lara Resende que, na prática, funcionava como uma segunda moeda, e dava a referência dos preços. Por fim, quando os brasileiros estavam familiarizados com a URV, ela deixou de existir e virou a moeda real, marcando o final da implementação do plano.
Saída do governo
Em abril de 1999, no início do segundo mandato de FHC, Gustavo Franco deixa a presidência do Banco Central, que é assumida por Armínio Fraga.
Um ano depois, fundou com outros sócios a Rio Bravo Investimentos, gestora que hoje pertence à gigante chinesa Fosun. Atualmente, Gustavo atua na Rio Bravo como conselheiro.
A partir de sua experiência acadêmica e como integrante do governo, escreveu os livros “O Plano Real e Outros Ensaios”, “O Desafio Brasileiro: ensaios sobre desenvolvimento, globalização e moeda”, e “A Moeda e a Lei: uma história monetária brasileira”.
* Esta publicação faz parte da série 30 anos do Plano Real: Passado, presente e futuro da moeda que mudou o país, especial do InfoMoney com reportagens, entrevistas, vídeos e artigos sobre a trajetória da moeda brasileira de sua criação aos dias de hoje.