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Qualidade e dividendos, o que mais um investidor pode pedir? É assim que os analistas do JPMorgan iniciam o relatório sobre o Itaú (ITUB4) após o Investor Day online realizado na última quarta-feira (19). O banco destacou suas iniciativas e acabou por reforçar a visão positiva de muitos analistas sobre as ações ITUB4, que têm ganhado apelo nas últimas semanas em meio ao cenário de aversão ao risco para o Brasil e com a visão de juros básicos altos por mais tempo.
Em destaque nas manchetes do evento e também nas análises do mercado, esteve a fala do presidente-executivo do Itaú, Milton Maluhy Filho, de que “tudo leva a crer” que o banco pagará dividendos extraordinários aos acionistas referente ao exercício de 2024.
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Conforme destaca a XP, o atual nível de lucratividade, com um Retorno Sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE) de 21,9%, provavelmente gerará mais capital do que o banco precisará para atender à demanda por crédito. Isso, combinado com um índice de Basileia de 14,5%, deve permitir que o Itaú distribua o dividendo extraordinário ao longo do ano.
“Entretanto, o tamanho desse dividendo ainda é uma questão a ser respondida. Milton destacou que o banco prefere avaliar anualmente e eventualmente pagar dividendos extraordinários do que aumentar o pagamento mínimo. A alta administração está trabalhando com um ‘buffer de capital extra’ devido a: i) mudanças nas regras contábeis (IFRS 9) que ocorrerão em 2025, ii) aquisições complementares e iii) incerteza macroeconômica”, avaliam os analistas da XP.
O JPMorgan também destaca o montante incerto, que dependerá do crescimento, das oportunidades inorgânicas e dos temas regulatórios. A Genial Investimentos estima, para 2024, um dividend payout (dividendo em relação ao lucro) de 61,3%, resultando em um dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) de 7,9%.
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Além dos dividendos, a XP ressalta outros pontos de destaque.
Em primeiro lugar, está a transformação digital, que segue como uma das principais iniciativas. O Itaú está agora aprimorando suas capacidades por meio da análise de dados e de novas tecnologias, como a GenAI, para envolver os clientes, garantindo que os produtos certos estejam sendo oferecidos no momento certo em todas as contas. Essa mudança de uma cultura centrada no produto para uma cultura centrada no cliente resultou em NPSs (Net Promoter Scores, métricas de lealdade do cliente) mais altos e posicionou melhor o banco para competir com as fintechs e os neobancos.
O One Itaú ainda está pronto para transformar o aplicativo digital do banco em um one-stop-shop (múltiplos produtos em um mesmo lugar). O Super App “One Itaú” migrará 15 milhões de clientes de vários aplicativos diferentes para um ecossistema abrangente com uma gama diversificada de serviços e produtos. A nova experiência, contudo, não tem como objetivo atingir os grupos de “mar aberto”, já que o Itaú continua a visar os segmentos de renda mais alta, que devem ser os principais motores de crescimento do banco de varejo no futuro.
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O CEO ainda destacou o compromisso do banco com o crescimento sustentável com foco na qualidade, evitando ciclos de curto prazo que possam representar desafios no futuro. O banco está buscando ativamente oportunidades em mercados maduros e novos nichos, demonstrando sua dedicação à expansão em vários segmentos e priorizando o gerenciamento de riscos.
O Itaú ainda indicou que, apesar dos possíveis desafios, como as flutuações do mercado, a sólida estrutura de capital do banco permite o crescimento, mantendo uma carteira de crédito saudável. A visão de longo prazo e a confiança em atingir as metas de crescimento permanecem sólidas, apoiadas por uma abordagem proativa de gerenciamento de risco e aproveitamento de oportunidades nos segmentos de varejo e atacado.
Com relação a um possível ajuste mais rápido no número das agências bancárias, a administração destacou a necessidade de avançar em determinadas entregas dentro do superapp, expandindo a oferta digital de produtos e serviços.
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De olho no futuro
Na visão do Bradesco BBI, embora sem trazer nenhuma notícia que deveria ter um impacto material no curto prazo para o banco, a administração deu detalhes importantes sobre o que poderia impactar ou mudar o banco no futuro.
Os analistas também destacaram as grandes expectativas para o One Itaú, vendo como uma das iniciativas mais transformacionais e com oportunidades significativas de vendas cruzadas, enquanto o Itaú Emps (antigo Atlas) oferece uma experiência digital para empresas menores que não necessitam de assistência humana.
“Além disso, a empresa espera manter uma meta interna de Basileia (CET1) de 12%, para ter margem de segurança para incertezas e potenciais oportunidades de crescimento e aquisição”, aponta o BBI. A administração observou que o processo de redução do risco realizado entre 2022 e 2023 conduziu ao atual custo do risco e espera manter estes níveis durante o ano.
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“Em suma, embora não tenhamos visto nada que pudesse levar a uma revisão de projeções de lucros neste ano, o One Itaú, o Itaú Emps e um potencial investimento no segmento de baixa renda poderiam ter impactos de longo prazo”, avalia, tendo recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para a ação ITUB4, com preço-alvo de R$ 45.
A XP também tem recomendação de compra para os ativos, destacando como “top pick” (preferido) do setor bancário: “mantemos uma perspectiva positiva sobre a capacidade do Itaú de se adaptar às mudanças no cenário competitivo e permanecer como um dos participantes mais eficientes do setor financeiro”.
O banco também é o “queridinho” da Genial, que recomenda compra com preço-alvo de R$ 40,60. A avaliação da casa é de que as ações do Itaú ainda estão sendo negociadas com um valuation atrativo, além de um dividend yield interessante de 7,9% para 2024, dado que o banco deve aumentar o payout esse ano para distribuir o excesso de capital que vem acumulado. O Morgan Stanley, que elevou nesta semana os ativos do Itaú, ressaltou ainda que o evento da última quarta reforçou a convicção de recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os papéis. De acordo com compilação da LSEG, de 11 casas que cobrem ITUB4, 9 possuem recomendação de compra, enquanto só 2 possuem de manutenção.
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