BC da Inglaterra mantém a taxa de juros pela 7ª reunião seguida

Decisão do BoE novamente foi dividida, com 7 integrantes do Comitê votando pela manutenção e 2 sugerindo um corte de 25 pontos-base; inflação de serviços ainda preocupa

Roberto de Lira

Turista se protege da chuva perto do Banco da Inglaterra, em Londres (Foto: Isabel Infantes/Reuters)
Turista se protege da chuva perto do Banco da Inglaterra, em Londres (Foto: Isabel Infantes/Reuters)

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O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu nesta quinta-feira (20) novamente manter sua taxa básica de juros em 5,25%, após concluir sua reunião de política monetária. A decisão do BoE de manter os juros no nível mais alto em 16 anos veio em linha com a expectativa de analistas.

Segundo a ata da reunião, mais uma vez não houve unanimidade na decisão, repetindo o placar de 7 a 2 pela manutenção dos juros do encontro de maio. Os dois diretores com voto divergente sugeriram um corte de 25 pontos-base na taxa.

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O comitê MPC do BoE reconheceu que a inflação CPI de doze meses no Reino Unido se comportou melhor, recuando de 3,2% anualizados em março para 2,0% em maio, e que os indicadores das expectativas de inflação de curto prazo também continuaram a moderar, especialmente para as famílias.

Mas foi descrito que a inflação de serviços ficou em 5,7% em maio, pouco abaixo dos 6,0% de março, um pouco acima do projetado.

Para alguns membros do Comitê, o retorno da inflação para o patamar de 2%, embora bem-vindo, não foi necessariamente indicativo do retorno sustentado necessário à meta. “A manutenção de níveis elevados e notícias positivas sobre a inflação de serviços apoiou a visão de que os efeitos de segunda ordem manteriam uma pressão ascendente persistente sobre a inflação subjacente”, comentaram os diretores no comunicado.

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“O crescimento salarial continuou a exceder as estimativas (…) os indicadores da demanda doméstica foram mais fortes do que o esperado, e os riscos para as perspectivas para a atividade foram inclinados para o lado positivo. Para esses membros, eram necessárias mais evidências de diminuição da persistência da inflação antes de reduzir o grau de restrição da política monetária.”

Segundo o BoE, a política monetária terá de permanecer restritiva durante tempo suficiente para devolver a inflação à meta de 2% de forma sustentável a médio prazo. “O Comitê avalia desde o outono passado que a política monetária precisa ser restritiva por um longo período de tempo até que o risco de a inflação ficar embutida acima da meta de 2% se dissipe”, diz o comunicado.