Com nova proposta, Vale (VALE3) está mais perto de acordo sobre tragédia de Mariana?

Vale, BHP e Samarco apresentaram proposta de R$ 140 bilhões para acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Mariana

Felipe Moreira

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A Vale (VALE3) apresentou junto com as mineradoras BHP e Samarco uma proposta de R$ 140 bilhões para acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Mariana, ocorrido em 2015.

A nova proposta apresentada ao Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) inclui R$ 37 bilhões em valores já investidos em reparação e compensação, um montante em dinheiro de R$ 82 bilhões pagável em 20 anos e R$ 21 bilhões em obrigações a fazer.

Na semana passada, a mineradora havia confirmado o recebimento de uma contraproposta da Advocacia Geral da União (AGU), dos governos estaduais de Minas Gerais (MG) e Espírito Santo (ES), no valor de R$ 109 bilhões, excluído os R$ 37 bilhões já pagos pela Fundação Renova e os 21 bilhões estimados em reparos e obrigações incrementais, totalizando R$ 167 bilhões.

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O Bradesco BBI estima que as provisões incrementais atingiriam cerca de US$ 1 bilhão (incluindo as contribuições da Samarco). Diante disso, apesar das disposições adicionais, o banco vê um potencial acordo com as autoridades locais como um evento de redução de risco para a Vale e reitera classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) no nome.

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O Morgan Stanley acredita que um acordo final é do melhor interesse de todas as partes interessadas (as afetadas pelo trágico acidente; os governos federal, estadual e municipal; e as empresas) e, portanto, ainda espera que as partes pressionem fortemente para chegar a um acordo.

Diante dos desdobramentos da última semana, com novas propostas de ambos os lados, o banco americano avalia que um acordo pode estar se aproximando.

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O Morgan Stanley também avalia que um acordo final e razoável, ao mesmo tempo que limita o potencial de valorização em dividendos especiais, será provavelmente um catalisador positivo para a valorização das ações, pois contribui para uma reclassificação de múltiplos, eliminando a incerteza e virando, de algum modo, a página da tragédia.

O banco americano destaca que as empresas aceitarão um acordo apenas se as autoridades oferecerem segurança jurídica que elimine o risco de novas demandas ou reivindicações no futuro relacionadas a Mariana.

Segundo estimativas, a última proposta das empresas resultará em uma provisão adicional de US$ 3,4 bilhões pela Vale (7,0% de sua capitalização de mercado), acima dos US$ 2,7 bilhões (5,5%) do modelo do Morgan, mas significativamente abaixo da contraproposta mais recente das autoridades, que implicaria em provisões adicionais de US$ 6,4 bilhões (13,2% de sua capitalização de mercado). Nesse sentido, o banco acredita que a estimativa é conservadora, pois não está assumindo nenhuma contribuição da Samarco para o acordo final.

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O Morgan Stanley mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de US$ 18 para os ADRs (recibo de ações, ou os ativos negociados na Bolsa americana) da Vale.